Pesquisa internacional sobre hábitos alimentares durante o confinamento começa a analisar os dados recebidos e indica que 28% das pessoas relataram ganho peso.
Em março, quando muitos países começaram a anunciar medidas de confinamento para evitar o contágio de COVID-19, uma equipe de pesquisadoras em nutrição e saúde da Universidad Internacional Iberoamericana de México (UNINI México), pertencente à rede de universidades com a qual a FUNIBER colabora, começou a pesquisar os hábitos de alimentação da população durante esse período.
Cinco meses depois, e com a participação de 10.000 pessoas que voluntariamente forneceram seus dados em pesquisas on-line, foi iniciada a análise dessas informações.
Para analisar uma pandemia, dados internacionais
Com o patrocínio da FUNIBER, a pesquisa assume caráter internacional. Como afirma Irma Domínguez, coordenadora Internacional de Pós-Graduação das Áreas de Saúde – eLearning da Universidad Europea del Atlántico, “o objetivo de alcançar muitos países em diferentes continentes foi atingido, com uma ampla distribuição de participantes, já que temos quase 10.000, dos quais apenas 24,7% são mexicanos”.
Os países com mais participantes foram: México (24,7%), Colômbia (12%), Equador (10%) e Argentina (6%). A maioria dos participantes são provenientes da América do Sul (46%), além da América de Norte (26%), América Central (22%) e Europa (5%).
Embora cada país tenha tomado medidas diferentes e cada contexto tenha suas próprias especificidades, é certo que todos experimentamos uma pandemia e um confinamento nunca antes vistos na história. Compreender como as pessoas reagem e agem, mudando ou transformando hábitos, pode ser a chave para futuras ações e medidas sanitárias internacionais e nacionais.
Peso, primeira variável
Entre notícias e relatos, ouvimos pessoas comentando sobre petiscos durante o dia, noites mal dormidas, estresse pelas notícias e confinamento, problemas de abastecimento de alimentos, entre outros. Como essa situação de emergência sanitária afetou os hábitos de saúde e nutrição?
O estudo ainda não se aprofundou na análise, mas dados preliminares indicam que 28% ganharam peso, 14% perderam peso e 57% mantiveram os números da balança durante o confinamento. Todos os dados são baseados na manifestação dos próprios participantes.
Membro do grupo de pesquisadores Nohora Martínez, professora dol Doutorado em Nutrição da UNINI México, afirma que atualmente estão analisando “as diferentes variáveis para tentar verificar se é possível dar uma explicação para certos dados que nos surpreendem e que diferem das hipóteses iniciais”.
Marina Rojo, coordenadora do curso de Nutrição da Universidad Internacional Iberoamericana, que também integra a equipe, indica que uma possível possibilidade de interpretação é analisar “o estado de espírito que pode ter influenciado a redução e/ou ganho de peso dos participantes”. Mas, como ela explica, ainda é necessário continuar analisando os dados.
Mais informação: