A termografia é uma tecnologia cada vez mais usada para detectar alterações de temperatura nos músculos corporais. No Esporte, pode auxiliar para a prevenção de sobrecarga de treinamento e lesões
A tecnologia vem colaborando para a melhora do esporte, em diversos níveis. No âmbito do rendimento, e para a prevenção de sobrecargas e lesões, uma tecnologia interessante é a termografia.
Neste tipo de tecnologia, é possível realizar análise de imagens de diferentes partes do corpo para identificar a temperatura dos músculos, especialmente daqueles usados na modalidade esportiva de cada atleta.
A partir de algoritmos, é possível detectar de maneira automática regiões do corpo. Um exemplo é a ThermoHuman, que consegue registrar informação de 80 regiões musculares do corpo, com um software capaz de administrar todos os dados.
A partir dos resultados percebidos, os treinadores físicos podem dedicar com mais precisão um tipo de exercício adequado para as necessidades do músculo, considerando as alterações de temperatura.
Segundo um dos fundadores da companhia, Ismael Fernández, a análise de lesões oferece vantagens porque “trata-se de uma tecnologia rápida porque ao final é fazer uma imagem, como fazer uma fotografia, não é invasiva porque não estamos emitindo nenhuma radiação, ao contrário, o que medimos é a radiação emitida pelo corpo”, afirma.
Há muitas opções de termovisores clínicos. Segundo o fisioterapeuta Dayvisson Marques, da Uninassau, equipe de basquete feminino brasileiro, “o termovisor avalia a temperatura e a qualidade do tecido muscular. A partir desse índice nós conseguimos prever uma lesão muscular ou até mesmo acompanhar uma inflamação, uma lesão articular”, afirma.
Como prevenção, este trabalho vem demonstrando ser fundamental. “Esta previsão nos mostra quais são os atletas que já estão no limite de sofrerem contusão e pode ser decisiva na hora de poupá-las”, afima.
Segundo o professor da Universidade de São Paulo, Arnaldo José Hernandez, para diferenciar as mudanças de temperaturas por lesões é necessário compreender as diferentes respostas fisiológicas das estruturas envolvidas. “Para definir se um termograma está normal, uma pesquisa da University de Glamorgan criou uma base de dados de imagens térmicas de diferentes partes do corpo de indivíduos saudáveis”, escreveu. Estudos vêm demontrado que “uma diferença maior que 1 grau centígrado entre os lados do corpo pode indicar um processo patofisiológico”, explica.
Acessível a todos?
Por enquanto, este tipo de tecnologia como a ThermoHuman é usada por grandes clubes, como por exemplo, o Paris Saint-Germain ou o Atlético de Madrid. Mas segundo Fernández, é provável que em cinco ou dez anos, possamos ter este tipo de dispositivo instalado até mesmo em nossos telefones para conseguir uma infinidade de usos.
Assim, poderemos, depois de uma corrida, analisar como reagem algumas partes do nosso corpo.
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Fontes:
Termografia médica infravermelha aplicada à medicina do esporte
Thermohuman: medir el calor del cuerpo del deportista para combatir lesiones
Uninassau investe em tecnologia para reduzir risco de lesões na equipe de basquete feminino
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