Estudo analisa quanta atividade física é melhor para a saúde mental

Estudo realizado nos Estados Unidos encontra associação entre a prática de exercícios físicos e a melhora da saúde mental, desde que a prática não supere 3 horas diárias

“A depressão é uma das principais causas para a incapacidade em todo o mundo, e é necessário encontrar de maneira urgente estratégias para melhorar a saúde mental através de campanhas públicas”, afirmou o doutor Adam Chekroud.

Ele é doutor em Psicologia, e um dos autores de um estudo publicado recentemente na revista The Lancet Psychiatry. Neste estudo, junto a outros pesquisadores da Universidade de Yale, nos Estados Unidos, foram analisados dados de 1.2 milhões de pessoas que vivem no país para entender a influência da atividade física para a saúde mental.

Atualmente, sabe-se que, independente de raça, idade, gênero, recursos econômicos e nível de estudos, a prática de exercícios está associada a um menor desgaste da saúde mental. Mas sabe-se ao certo qual a quantidade de exercícios é melhor para reduzir os instantes de depressão?

De acordo com a análise dos dados obtidos, os pesquisadores afirmam que os participantes se beneficiaram mais, em termos de saúde mental, quando se exercitaram entre 30 e 60 minutos, durante três a cinco vezes por semana.

Porém a ideia generalizada de “quanto mais atividade física, melhor” é incorreta. De acordo com o estudo, os participantes que se exercitaram mais de 3 horas diárias mostraram pior saúde mental que aqueles que não se exercitaram nada.

Segundo a análise dos autores do estudo, isso ocorreria porque as pessoas que se exercitam muitas horas de maneira frequente poderiam estar exibindo comportamentos obsessivos associados com problemas emocionais ou psicológicos.

Benefícios para a saúde mental

Os pesquisadores encontraram que o exercício físico, incluindo atividades variadas e domésticas, podem contribuir para controlar ataques de depressão. A quantidade pode representar até 43,2% de redução de instantes de pior saúde mental. Mas os valores variam em quantidade, de acordo com alguns fatores:

  • Educação – a diferença chegou a 17,8% entre quem tem estudos superiores em comparação a quem não tem
  • Peso – a diferença chegou a 4% entre quem tem peso considerado normal em comparação a pessoas com obesidade.
  • Salário – pessoas que recebem salários mais altos conseguiram diminuir 17% dos dias de pior saúde mental em comparação com pessoas com médias salariais mais baixas.

A FUNIBER patrocina o Mestrado em Atividade Física e Saúde para profissionais interessados numa capacitação de qualidade para o planejamento e o desenvolvimento de exercícios para obter os melhores resultados para a saúde.

Fonte:

Exercise for mental health: How much is too much?

Estudo:

Association between physical exercise and mental health in 1·2 million individuals in the USA between 2011 and 2015: a cross-sectional study

Foto: Todos os direitos reservados