Alta dose de ácido fólico não protege gravidez de pré-eclâmpsia

Muitos médicos receitam o suplemento de ácido fólico com o propósito de evitar o aumento da pressão sanguínea durante a gravidez, situação chamada de pré-eclâmpsia. Um estudo recente, publicado na revista BMJ, mostra que esta prática não funciona

Apesar dos benefícios do ácido fólico, já comprovados por estudos científicos, para reduzir o risco de defeitos congênitos graves no cérebro ou na medula espinhal do feto, o uso do suplemento para evitar a pré-eclâmpsia não contava com investigações suficientes.

A pré-eclâmpsia é uma condição médica séria, que afeta entre 3 e 5% das gestações, levando à morte de mais de 35 mil mulheres anualmente, em todo o mundo.

Alguns especialistas acreditam que altas doses do ácido fólico reduziriam o risco da pressão alta durante a gravidez. Pesquisadores testaram esta hipótese em um grupo de 2.464 mulheres, de cinco países diferentes, que tiveram ao menos um risco de desenvolver esta condição durante a gravidez. A metade recebeu 4 miligramas do complemento por dia, e a outra metade das participantes receberam placebo com 1,1 miligramas de ácido fólico.

A diferença entre os grupos na incidência da pré-eclâmpsia foi muito pequena (1,3%), nem apresentou qualquer efeito negativo. Um dos autores do estudo, Dr. Mark C. Walker, da Universidade de Ottawa, afirmou que ainda não se sabe sobre os efeitos do uso de ácido fólico em altas doses a longo prazo. “Eu recomendo as pessoas a tomarem a multivitamina de forma regular”, sugere.

No Mestrado Internacional em Nutrição e Dietética, patrocinado por FUNIBER, os profissionais têm a oportunidade de se especializar no campo da alimentação e da nutrição para o cuidado da saúde das pessoas.

Fonte:

Estudo: Effect of high dose folic acid supplementation in pregnancy on pre-eclampsia (FACT): double blind, phase III, randomised controlled, international, multicentre trial

Foto: Todos os direitos reservados