Em todo o mundo, há academias afiliadas ao CrossFit, uma modalidade que utilize diversos tipos de exercício físico. A prática requer orientação profissional adequada para evitar lesões.
Vem aumentando o número de praticantes de CrossFit, esta modalidade de treino físico criado há vinte anos, nos Estados Unidos. Estima-se que seja a prática que mais cresceu em todo o mundo.
Nos Estados Unidos, há mais de 7.400 centros esportivos afiliados, e o Brasil segue como o segundo país na lista de países com academias afiliadas, com mais de 1.149 centros.
Entre os que defendem a prática, o argumento usado geralmente é o fator positivo da variedade de classes e da melhora rápida que supõe para a condição física. Além disso, comentam sobre um tipo de sentimento de comunidade, já que passa a formar parte de um grupo de praticantes.
Por outro lado, entre os que questionam o CrossFit, o argumento principal se refere ao alto número de lesões entre os participantes, e o estilo “seita” que se cria em volta do esporte.
E a ciência, o que diz sobre os resultados desta prática para a saúde? Segundo um artigo, publicado no site The Conversation, pelo Diretor do Centro de Estudos em Esporte e Atividade Física (CEEAF) da Universidade de Vic, na Espanha, e coproprietário de uma empresa afiliada ao CrossFit, Javier Peña, estudos longitudinais mostraram resultados significativos para a melhora de diversos aspectos da condição física.
Por exemplo, o equilíbrio, a coordenação, a agilidade e a precisão dos movimentos. Sem contar uma melhora considerável para a saúde cardiorrespiratória, de força e de resistência.
Peña ressalta que os resultados deste estudo deveriam ser ampliados, com mais pesquisas, mas já são um ponto de partida importante para avaliar a eficácia do CrossFit para a saúde.
No caso das lesões, um estudo publicado no Journal of Sport Rehabilitation, sugere que as taxas de lesão são similares a outros tipos de exercícios como a halterofilia, a corrida, o atletismo e a ginástica. O estudo avaliou algumas pesquisas anteriores sobre incidências de lesões no CrossFit.
Ele destaca que como fator de prevenção das lesões o acompanhamento de um profissional da atividade física capaz de orientar e desenhar um programa específica de treinamento para cada pessoa, considerando as condições de saúde de cada um. “Assim como para qualquer modalidade esportiva, em uma consulta médica no CrossFit avaliamos alguns fatores de risco, como os cardiovasculares (principalmente em pessoas que ficaram muito tempo sedentárias), articulares e metabólicos. Após o início da atividade, acompanhamos a fase de adaptabilidade e, posteriormente os ganhos fisiológicos da atividade física”, afirma o médico ortopedista Adriano Leonardi, membro da diretoria da Sociedade Paulista de Medicina Desportiva, no Brasil.
Assim, o CrossFit não parece uma ameaça, e poderia ser bem aproveitado se quem o faz utilize os critérios corretos a partir do trabalho de profissionais capacitados.
Os profissionais da área de atividade física que busquem uma formação continuada de qualidade podem optar pelos programas universitários promovidos pela FUNIBER, como por exemplo, o Mestrado em Rendimento Esportivo: Treinamento e Avaliação Funcional.
Fontes: El CrossFit es bueno para la salud, pero debe practicarse con profesionales
Crossfit: confira os benefícios e entenda como evitar lesões
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