Dieta sem glúten para não-celíacos: prejuízo para a saúde?

A dieta livre de glúten vem tornando-se cada vez mais popular. Mas um estudo indica que eliminar a proteína pode representar um aumento do risco de sofrer diabetes tipo 2

As dietas sem glúten vêm se tornando populares em todo o mundo. Em cidades como Barcelona e Londres, na Europa, há informativos com circuitos de restaurantes e mercearias que vendem alimentos livres de glúten. A restrição à esta proteína é o único tratamento disponível para pessoas celíacas ou com alguns tipos de complicações associadas ao aparelho digestivo. Mas para quem não sofre destas situações, a restrição ao glúten representa um benefício para a saúde?

De acordo com um do estudo realizado por pesquisadores norte-americanos, “as pessoas sem doença celíaca devem reconsiderar a limitação do consumo de glúten para prevenir o desenvolvimento de doenças crônicas, especialmente para a diabetes”, disse um dos autores, Geng Zong, do Departamento de Nutrição da escola de Saúde Pública T.H. Chan da Universidade de Harvard.

Os pesquisadores acompanharam durante 30 anos a ingesta de glúten por participantes do estudo. Segundo os resultados, a maioria dos participantes tinham uma ingestão inferior a 12 gramas por dia, e entre os que comeram mais tiveram menor risco de sofrer a diabetes tipo 2.

Os pesquisadores ressaltam que os participantes do estudo que comiam menos glúten também mostraram uma tendência por comer menos fibra de cereal em geral. Os cereais são considerados fatores de proteção para o desenvolvimento da diabetes tipo 2.

Para a realização do estudo, foram analisados questionários respondidos por 199.794 participantes nos Estados Unidos, onde informaram sobre a frequência alimentar. As principais fontes dietéticas desta proteína foram massas, cereais, pizzas, muffins (um tipo de bolo), pretzels (um tipo de biscoito) e pão.

Durante as três décadas de pesquisa, foram encontrados 15.947 casos de diabetes tipo 2. Os indivíduos que consumiram 20% a mais de glúten apresentaram 13% menos risco de sofrer a diabetes tipo 2 em comparação aos que consumiram menos de 4 gramas diárias do alimento.

Como os pesquisadores iniciaram o estudo antes de que as dietas livres de glúten se tornassem populares, não foram feitos enfoques para os participantes que deixaram de comer alimentos com a proteína.

Produtos que contenham trigo, centeio, cevada e aveia, ou qualquer variedade e híbrido destas como por exemplo o kamut, contêm glúten. Apesar de hoje em dia ser considerado indispensável para o ser humano, ainda se sabe pouco sobre os efeitos nutritivos de sua exclusão para o organismo.

Os profissionais da área de Nutrição que se formam com a FUNIBER podem conhecer estudos que oferecem informação sobre os efeitos para a saúde de dietas populares.

Fonte: Las dietas bajas en gluten pueden estar asociadas con un mayor riesgo de diabetes tipo 2 (ElMedicoInteractivo)

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