O envelhecimento saudável é um tema de crescente interesse, especialmente num mundo onde a população idosa está em constante aumento. Um estudo recente publicado na revista Nature Medicine explora como os padrões alimentares podem influenciar o envelhecimento saudável, avaliando aspetos como a saúde cognitiva, física e mental, bem como a ausência de doenças crónicas ao atingir os 70 anos. Esta análise longitudinal, que abrange mais de 30 anos, revela dados importantes sobre como certos alimentos e padrões alimentares podem melhorar significativamente a qualidade de vida na velhice.
O impacto dos padrões alimentares no envelhecimento saudável
O estudo analisou oito padrões alimentares, incluindo o Índice de Alimentação Alternativa Saudável (AHEI), concebido para prever o risco de doenças crónicas, a dieta mediterrânica alternativa (aMED), uma adaptação da dieta mediterrânica tradicional, a abordagem DASH, um plano alimentar concebido para reduzir a hipertensão arterial, a dieta MIND, uma dieta que combina a dieta mediterrânica e a DASH para proteger a saúde cerebral, a dieta PHDI, que promove o consumo de alimentos de origem vegetal para equilibrar a saúde, entre outros. Os resultados mostram que uma maior adesão a esses padrões está associada a maiores probabilidades de um envelhecimento saudável. Por exemplo, o AHEI mostrou ser o mais benéfico, aumentando em 86% as probabilidades de um envelhecimento saudável quando comparados os quintis mais altos e mais baixos de adesão.
Entre os alimentos mais destacados pelo seu impacto positivo estão frutas, vegetais, grãos integrais, gorduras insaturadas, nozes e legumes. Por outro lado, o consumo elevado de gorduras trans, sódio, carnes vermelhas e processadas, bem como bebidas açucaradas, mostrou uma associação negativa com o envelhecimento saudável.
O papel dos alimentos ultraprocessados
O estudo também destacou o impacto negativo dos alimentos ultraprocessados. Um maior consumo desses alimentos está relacionado a uma redução de 32% nas probabilidades de um envelhecimento saudável. Isso ressalta a importância de priorizar alimentos frescos e minimamente processados na dieta diária.
Diferenças em subgrupos e domínios de saúde
A análise revelou que os benefícios de uma dieta saudável eram mais pronunciados em mulheres, pessoas com menor atividade física e aquelas com índice de massa corporal superior a 25 kg. Além disso, cada padrão alimentar mostrou associações específicas com domínios individuais de saúde. Por exemplo, o AHEI foi particularmente eficaz para manter a saúde física e mental, enquanto a dieta PHDI mostrou uma forte associação com a saúde cognitiva.
Implicações finais
Este estudo reforça a ideia de que uma dieta rica em alimentos de origem vegetal, complementada com produtos animais saudáveis em quantidades moderadas, pode ser fundamental para um envelhecimento saudável. Além de prevenir doenças crônicas, esses padrões alimentares promovem uma melhor qualidade de vida em várias dimensões.
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