Aumenta a má-nutrição na América Latina e Caribe

Organizações internacionais divulgam relatório das Nações Unidas sobre o estado nutricional da população na América Latina e Caribe e destacam aumento da obesidade, desnutrição e fome especialmente entre populações mais vulneráveis

Um estudo das Nações Unidas, divulgado recentemente, mostra que o aumento da fome e da obesidade nos países latino-americanos e no Caribe estão associados às desigualdades sociais. As principais vítimas são as pessoas com menos recursos, as mulheres, os indígenas, os afrodescendentes e as famílias rurais.

O relatório, que conta com a colaboração de diversas organizações internacionais, indica que na América Latina, 8,4% das mulheres vivem numa condição de insegurança alimentar severa. Um valor superior aos homens (6,9%).

Entre as causas do aumento da má-nutrição que afeta as populações desfavorecidas, o relatório indica especialmente as mudanças que vêm ocorrendo nas várias fases do sistema alimentar: desde a produção, o armazenamento, a distribuição, a venda e o consumo.

No caso da obesidade, por exemplo, produtos com mais quantidade de gordura, açúcar e sal são mais baratos, em comparação com alimentos saudáveis como verduras, leite e carne. Como consequência, a obesidade vem se transformando numa ameaça na América Latina e no Caribe, já que para cada quatro adultos, um está obeso.

As crianças vão se desenvolvendo no mesmo caminho. A taxa de sobrepeso entre crianças até 5 anos na região (7,3%) é superior à média mundial (5,6%).

O representante regional das Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), Julio Berdegué, alerta que esta situação é espantosa.

Já a diretora da Organização Panamericana de Saúde (OPS), Carissa F. Etienne destaca que “apesar da desnutrição persistir na região, em particular nas populações vulneráveis, também se soma a obesidade e o sobrepeso, que afetam de maneira particular a estes grupos”, disse.

O aumento da fome na região

De acordo com o estudo, 6,1% da população regional sofre de fome. Infelizmente, este valor tende a crescer. Nos últimos dois anos, o aumento foi de 400 mil pessoas. Os países mais afetados foram a Argentina, a Bolívia e a Venezuela. Já o Brasil, a Cuba e o Uruguai são os três países da região que apresentam porcentagens de fome inferiores ao 2,5% da população.

As organizações cobram um esforço maior dos governos para combater este panorama. “Devemos avançar no acesso à saúde universal para que todas as pessoas possam receber a atenção e medidas de prevenção que necessitam por temas de má-nutrição e suas consequências a longo prazos”, diz Carissa F. Etienne, Diretora da OPS.

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Fonte:

La desigualdad agrava el hambre, la desnutrición y la obesidad en América Latina y el Caribe

Relatório: Panorama de la Seguridad Alimentaria y Nutricional 2018

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