Estudo relevante com especialistas de todo o mundo alerta para situação preocupante do consumo do álcool, um hábito associado ao aumento de risco de incapacidades ou mortes
Um artigo publicado na revista The Lancet mostra dados preocupantes sobre o consumo de álcool em todo o mundo. Segundo um estudo assinado por quase 500 autores que participaram do Global Burden of Diseases Study 2016, com dados coletados de 195 países, uma de cada três pessoas com mais de 15 anos tem o hábito de consumir bebidas alcoólicas.
O consumo de bebidas alcóolicas representa 2,8 milhões de mortes por ano, e corresponde ao sétimo fator de risco fatal. Estes dados são superiores entre os homens, especialmente entre 15 e 49 anos. Em porcentagem, a bebida alcóolica representa 12,2% das mortes em homens, e nas mulheres, 3,8%, dentro desta faixa etária.
O estudo não faz distinção entre os tipos de bebida alcóolica, e associa o consumo de álcool como fator de risco que contribui para a morte e a incapacidade mundialmente, e está associada com diversos problemas de saúde como são:
- Doenças cardiovasculares
- Cânceres: mama, colorretal, esôfago, laringe, lábio e cavidade oral, fígado e cavidades nasal e bucal.
- Outras doenças não-transmissíveis: cirrose hepática, diabete, epilepsia, pancreatite, transtornos por consumo de álcool
- Doenças transmissíveis: infecções respiratórias das vias baixas e tuberculose
- Lesões intencionais: violência interpessoal
- Lesões involuntárias: exposição a forças mecânicas, intoxicações, incêndio, calor, afogamento, entre outros.
- Lesões relacionadas com o transporte
O editor da revista The Lancet, Dr. Richard Horton, comenta sobre o estudo: “agora entendemos que o álcool é uma das principais causas de morte no mundo. Temos que atuar com urgência para evitar estes milhões de mortes”.
Os autores do estudo também alertam sobre a quantidade permitida de consumo. “A visão generalizada sobre os benefícios para a saúde do álcool necessita ser revisada, particularmente a medida que os métodos e análises melhorados continuem mostrando quanto contribui o consumo de álcool à morte e à incapacidade”, afirmaram.
Argentina, entre os mais bebedores de álcool
Entre os três principais países que lideram o consumo de álcool, a Argentina ocupa o terceiro lugar, com uma população de 94,3% dos homens que têm este hábito. Adiante da Argentina estão os dinamarqueses (97,1%) e os noruegueses (94,3%).
Calcularam que as mortes atribuídas ao álcool somam 4.700 entre as mulheres e 7.700 entre os homens. Um dos colaboradores do estudo, o Dr. Pascual Valdez, presidente da Sociedade Argentina de Medicina, afirmou que “na Argentina, o principal motivo de consultas por problemas vinculados às substâncias, é o álcool”. Ele afirma que a média de consumo é 9 litros de álcool puro por habitante por ano.
O médico argentino ressalta que é necessário reconhecer a bebida como uma droga psicoativa, que constitui um problema social com múltiplas dimensões. “Os médicos devemos abordar, em conjunto com profissionais de outras áreas”, afirma.
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Fontes:
Estudio internacional confirma que no existe un nivel seguro para beber alcohol
No level of alcohol consumption improves health
Estudo:
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