Para reduzir a fome, agricultura climaticamente inteligente

Diversos estudos vêm mostrando os efeitos das mudanças climáticas para o ecossistema, a saúde pública e a economia de muitos países. Entre os vários fatores que contribuem para a mudança climática, a agricultura é responsável por 11% das emissões antropogênicas.

A projeção para os próximos anos tampouco é positiva. Estima-se que aproximadamente 1 bilhão de pessoas atualmente passam fome, e se se confirmam os efeitos climáticos, provavelmente mais populações estarão vulneráveis.

Para paliar esta situação, uma das chaves pode ser a chamada “agricultura climaticamente inteligente” (CSA), um enfoque que vem reunindo atenção por apoiar-se no desenvolvimento sustentável e na segurança alimentar. A CSA tem como objetivo, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), aumentar a produtividade e a renda agrícola, adaptar e criar resiliência diante a mudança climática e reduzir a emissão de gases de efeito estufa.

Segundo um estudo recente, publicado na revista PlosONE, a CSA pode contribuir para reduzir a fome ao melhorar as colheitas e proteger o meio ambiente. Pesquisadores do International Food Policy Research Institute  quantificaram por primeira vez o impacto global potencial deste enfoque.

Os resultados sugerem que a implantação da CSA poderia evitar que aproximadamente 69 milhões de pessoas sofram o risco de passar fome no ano 2050. Para calcular, foram analisadas quatro tipos de práticas agronômicas: plantio direto, gestão integrada da fertilidade do solo, uso eficiente do nitrogênio e rotação de culturas.

Estas práticas mostraram capacidade de incrementar as colheitas e melhorar a eficiência no uso da água e dos nutrientes do solo. Também contribuiu para diminuir a emissão de gases.

“Somos conscientes do fato de que a adoção a larga escala de tecnologias CSA requerem superar algumas barreiras de adoção e também investimentos substanciais na transferência de conhecimento com a necessidade de um suporte total dos governos”, afirmaram Alessandro De Pinto e Nicola Cenacchi, co-autores do estudo.

Interessados em ampliar a formação em tecnologias alimentares ou em desenvolvimento sustentável podem consultar programas de pós-graduação promovidos pela FUNIBER nestas áreas, como o Mestrado em Engenharia e Tecnologia Ambiental e o Mestrado em Nutrição e Biotecnologia Alimentar.

Fonte: Study suggests that climate smart agriculture can boost yields, reduce hunger and emissions globally

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