A depressão é uma doença que afecta milhões de pessoas em todo o mundo, e encontrar formas não farmacológicas de a tratar tornou-se uma necessidade urgente.
Um estudo recente explorou o potencial impacto do exercício físico na redução dos sintomas depressivos em adultos. O estudo, intitulado «Comparison of moderate and vigorous walking exercise on reducing depression in middle-aged and older adults: A pilot randomised controlled trial», é um ensaio piloto controlado e aleatório conduzido por investigadores da Universidade de Hong Kong, foi publicado em junho de 2022 na revista Medicine and Public Health e teve como objetivo comparar a eficácia do exercício de caminhada de intensidade moderada e vigorosa na redução da depressão em adultos de meia-idade e idosos.
Qual o nível de intensidade que tem maior efeito na depressão?
De acordo com as directrizes de atividade física da Organização Mundial de Saúde (OMS), recomenda-se que os adultos e os idosos acumulem pelo menos 150-300 minutos de exercício aeróbico de intensidade moderada, ou 75-150 minutos de exercício aeróbico de intensidade vigorosa, semanalmente, ou uma combinação equivalente de ambos. No entanto, a questão mantém-se: qual o nível de intensidade que permite uma redução mais significativa dos sintomas depressivos?
Para responder a esta questão, os investigadores realizaram um ensaio piloto controlado e aleatório. O estudo dividiu aleatoriamente adultos de meia-idade e idosos com sintomas depressivos em dois grupos. Um deles efetuou exercício de caminhada de intensidade moderada e o outro exercício de caminhada de intensidade vigorosa. A frequência do exercício foi de três vezes por semana e a duração da investigação foi de 12 semanas.
Caminhada moderada vs vigorosa
O estudo concluiu que tanto o exercício de caminhada de intensidade moderada como de intensidade vigorosa contribuíram para uma redução acentuada dos sintomas depressivos entre os participantes. No entanto, a natureza do seu impacto foi ligeiramente diferente. Os participantes que praticaram exercício de caminhada de intensidade moderada registaram uma diminuição constante dos sintomas depressivos ao longo do tempo. Por outro lado, aqueles que praticaram exercício de caminhada de intensidade vigorosa registaram uma melhoria mental mais imediata.
Este estudo piloto fornece evidências encorajadoras do valor e da eficácia do exercício de caminhada como uma estratégia potencial para aliviar a depressão em adultos mais velhos. Além disso, sugere que o exercício de alta intensidade não é necessário para obter benefícios significativos para a saúde mental.
É importante notar que este estudo oferece apenas uma visão preliminar e que é necessária mais investigação para confirmar e alargar estes resultados. No entanto, é encorajador saber que o simples ato de caminhar, em qualquer intensidade, pode desempenhar um papel importante no bem-estar emocional e mental das pessoas de meia-idade e idosas.
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