Antes de começar os treinos, os atletas que foram detectados com o coronavírus deveriam passar por avaliações médicas diversas para garantir a proteção à saúde, considerando a falta de conhecimento ainda sobre possíveis efeitos da doença.
Apesar das muitas dúvidas e aspectos por descobrir relacionadas aos efeitos do COVID-19 para a saúde do paciente, há uma grande pressão por voltar a competir, principalmente em esportes como o futebol.
Segundo os doutores Helder Dores e Nuno Cardim, ambos pesquisadores especializados em cardiologia, em Portugal, “desde o ponto de vista clínico, é prematuro voltar a fazer exercícios intensos antes de um controle claro da infecção”. Eles divulgaram um artigo na revista British Journal of Sports Medicine, recomendando uma avaliação médica antes de retomar treinos, com exames mais completos, por exemplo, o ecocardiograma transtorácico, o teste de exercício máximo, entre outros.
Eles defendem a importância de um entendimento melhor sobre a evolução da doença e possíveis complicações cardiológicas, inclusive em pessoas aparentemente saudáveis. Lembrando que muitos contagiados foram assintomáticos.
“Nós opinamos que em atletas recuperados clinicamente de uma infecção provada pelo vírus, mesmo entre os que tiveram sintomas leves ou assintomáticos, um estudo de lesão de miocárdio subclínica é necessário”, afirmam no artigo. Se todos os exames se mostram positivos, então sim, os atletas poderiam retomar os treinos.
Em caso contrário, se encontram ainda sinais do COVID-19 sobre a saúde do atleta, o controle deve ser similar a outros casos de miocardite, com um trabalho de acompanhamento. Se então, há uma estabilização deste quadro, o atleta poderia entrar num período entre 3 e 6 meses, de observação. Após este período, dependendo da severidade e da duração da doença, então o atleta poderia voltar ao treino e à competição.
“Neste contexto de incertezas, é essencial assegurar-se de oferecer condições seguras e igualitárias para a proteção de todos os participantes de atividades esportivas”, acreditam.
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Fonte: Return to play after COVID-19: a sport cardiologist’s view
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