Estudo indica que repetições até a falha concêntrica não representam vantagens para a melhora da força e hipertrofia entre homens de terceira idade que iniciam um treinamento combinado de força e anaeróbico
Sabe-se que a prática regular de atividades físicas é muito importante para garantir a saúde da terceira idade. Mas no campo do treinamento físico, ainda faltam princípios específicos que possam ser aplicados para esta faixa etária. Geralmente, as técnicas são adaptadas dos treinos realizados para pessoas mais novas.
Os estudos na área de Esportes, como o Doutorado em Atividade Física e Esporte, patrocinado pela FUNIBER, oferecem a possibilidade de ampliar o conhecimento através da pesquisa, com a aplicação de metodologias que podem ser aplicadas na prática.
Contrastar tipos de exercícios, duração, efeitos sobre o corpo e diversos outros aspectos que podem ser analisados nos treinos esportivos ajudarão a oferecer melhores resultados para as pessoas com idade avançada.
Neste sentido, a revista Experimental Gerontology acaba de publicar um estudo que apresenta os efeitos das repetições em treinamentos concorrentes, que consistem em combinar treinamento de força com treinamento aeróbico, entre idosos.
O estudo foi realizado por pesquisadores brasileiros com 52 indivíduos que foram divididos em três grupos. Um dos grupos deveria realizar repetições até a falha concêntrica, que representa o potencial máximo de contração. Outro grupo deveria realizar repetições sem chegar à falha concêntrica, e o terceiro grupo deveria realizar as repetições sem atingir à falha concêntrica, mas mantendo o volume equalizado, ou seja, com o número de repetições igualadas com as repetições máximas.
O treino durou 12 semanas, com duas sessões semanais. Os pesquisadores encontraram melhoras significativas para os três grupos, com a única diferença do quadríceps que aumentou no primeiro e no terceiro grupos.
Com o resultado, os pesquisadores concluem que as repetições em sua potência máxima de contração não oferecem mais fortalecimento muscular em relação às repetições sem chegar às falhas concêntricas. Nas pessoas de idade avançada, 50% menos de repetições podem melhorar as adaptações neuromusculares, indica o estudo.
Os autores ressaltam que em 12 semanas já conseguiram ver melhoras de força nos três grupos analisados, elemento importante para a melhoria da qualidade de vida do idoso, já que pode prevenir de sofrer quedas e perda de independência funcional. Além disso, ressaltam a importância de usar as medidas corretas de cargas no grupo idoso, considerando fatores neuromusculares, e também motivacionais.
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