Influências sociais, componente hereditário ou esforço pessoal. Quais são os fatores que influenciam para que alguns atletas se destaquem e sejam os melhores em rendimento esportivo?
Por exemplo, nas corridas de velocidade, todos os finalistas da corrida de 100 metros planos masculinos, nos Jogos Olímpicos recentes, têm ascendência da África Ocidental. Igualmente, entre as mulheres, praticamente todas, com pequenas exceções, vêm da mesma região africana.
O maior expoente é Usain Bolt, referência máxima na corrida, com recordes de velocidade e oito ouros olímpicos. O jamaicano tem números impressionantes: 0,08 segundos de tempo de contato por pisada, ritmo cardíaco de 220 pulsações por segundo, 80% de músculos com contração rápida.
Como aponta o artigo do jornalista Samuel Esparza, do Diario Concepción, por que um país como a Jamaica, com menos de 3 milhões de habitantes, é uma potência olímpica na modalidade Sprint?
De acordo com um estudo de DNA realizado pela Universidade de Glasgow, liderado pelos pesquisadores Yannis Pitsiladis e Errol Morrison, os sprinters olímpicos jamaicanos procedem de um repertório genético de guerreiros das zonas montanhosas do noroeste da África Ocidental. A partir de mostras de sangue, se encontrou um gene relacionado à velocidade, e também a marca genética destes guerreiros africanos.
Parece ser que a genética distingue o rendimento de um esportista de elite. Mas há outro fator também considerado essencial, e se refere à dedicação: treino e experiência. Neste sentido, um bom exemplo é o estudo realizado por psicólogos no Conservatório de Berlim. Eles encontraram que o diferencial entre os violinistas mais talentosos dos mais normais estava relacionado às horas de prática em solitário.
Então o que inicialmente parecia estar vinculado a um talento nato era na verdade anos de prática acumulada. Outro estudo realizado com pianistas chegou à mesma conclusão.
Então, para ser o melhor, é necessário talento ou treinamento?
A resposta está entre os dois pontos, aponta o médico patologista Ramón Gutiérrez. Ele afirma que a resposta é multifatorial, com alguns fatores que influenciam. “A conclusão dos estudos é que se possui boa genética, tem apenas a metade”, afirma.
“Evidentemente”, diz Gutiérrez, “há algo mais que a genética”. Para ele, tem a ver com a história de vida de cada um e com a vontade: capacidade de sacrifício, tolerância, resiliência. Estes são, segundo o médico, fatores importantes para conseguir um bom rendimento esportivo.
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Fonte: ¿Un atleta de alto rendimiento nace o se hace?
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