É verdade que a pandemia se encontra numa situação, se considerarmos o quadri de há um ano atrás. No entanto, ainda precisamos de ter cuidado, tanto para evitar infecções como para fortalecer o sistema imunológico. Entrevistamos Nelly Orozco, coordenadora do Doutorado em Saúde Pública da Universidad Internacional Iberoamericana (UNINI – México), instituição que faz parte da rede universitária na qual a FUNIBER participa.
Ela oferece recomendações importantes para o cuidado pessoal e social.
- Neste momento, quais hábitos saudáveis são os mais aconselháveis para evitar o contágio?
As coisas realmente melhoraram muito com a vacinação como principal medida para reduzir a mortalidade e as hospitalizações. No entanto, para evitar o contágio devemos seguir as medidas preventivas de espaços abertos, uso de máscaras, evitar a superlotação e, claro, manter, na medida do possível, o corpo saudável através de um estilo de vida adequado.
- No entanto, mesmmo com todo o cuidado, ainda podemos contrair o vírus. Para reduzir o risco de complicações de saúde, há evidências de que uma nutrição saudável ajuda a fortalecer o sistema imunológico? Que hábitos alimentares devemos ter em mente durante a pandemia?
Há evidências de que uma nutrição adequada pode manter um sistema imunológico adequado e assim permitir uma infecção com menos sintomas. É, portanto, importante ter uma ingestão favorável de alimentos com vitaminas e minerais, que são imunomoduladores (por exemplo, vitamina D), encontrados em alimentos como frutas e vegetais, para cobrir as necessidades do organismo, para garantir que a dieta seja variada, adequada e segura.
Agora, há evidências de que durante a doença nós geramos células pró-inflamatórias que indicam que o sistema imunológico está ativo e através de alguns nutrientes, por exemplo, antioxidantes, nós mitigamos os danos aos tecidos.
- Como devemos combater estilos de vida sedentários se muitas vezes temos de ser colocados em quarentena ou restringidos pelo fechamento de locais destinados à pratica esportiva?
Atividades internas são viáveis se usarmos o que está ao nosso alcance. Você pode fazer atividade física em casa, não precisa de equipamento de ginástica ou pode improvisar halteres com garrafas de plástico e areia, até subir e descer as escadas, correr pela casa, tocar música e fazer rotinas livres. Use artigos domésticos como cadeiras, garrafas, etc. e tente realizá-las em lugares agradáveis, como o jardim. A aderência à atividade física será maior se for feita como uma atividade de casal ou familiar e se um cronograma for estabelecido como parte da rotina.
- A pandemia também afeta o estado emocional e psicológico. Que hábitos devemos cultivar para preservar a saúde mental durante a pandemia?
É importante manter a mente ocupada com coisas positivas ou coisas que você possa administrar e controlar. Não pensar nas hipóteses de adoecer, mas, sim, concentrar-se em cuidar da saúde.
Também é necessário abraçar hobbies como leitura, atividade física, rotina de atividades diárias, entre outras coisas. A manutenção do sono é crucial para a preservação da saúde também. Assim como a insônia não é saudável, também não é dormir o dia todo.
Finalmente, é necessário fomentar as relações humanas, mesmo que não sejam presenciais, pois o apoio emocional reduz o stress e a possibilidade de imunossupressão.
É necessário saber ler nossas emoções e aprender a controlar atitudes negativas e pensamentos autodestrutivos.
Finalmente, eu gostaria de fazer estas observações:
Devemos entender que a pandemia é causada por um VIRUS, entendendo a ação do vírus no organismo podemos então entender o processo envolvido no seu tratamento a nível global e o porquê das medidas para cuidar dela.
Devemos estar conscientes do autocuidado. O que queremos dizer com isso? Queremos dizer hábitos que geram um benefício para a saúde, por exemplo, nutrição, atividade física, hidratação, sono adequado, saúde mental, entre outros.
Devemos ter em conta que os melhores cientistas e profissionais de saúde estudam, pesquisam e tentam encontrar uma solução para a doença. Entretanto, devemos ter fé e confiança neles e no que as organizações mundiais nos dizem para lidar com o stress que esta doença gera. Se necessário, procurar a ajuda de especialistas que nos possam fornecer as ferramentas para obter as habilidades para controlar a ansiedade e/ou stress que ela gera, por exemplo, atividades que podemos fazer em casa, como pintar, ouvir música, aprender uma atividade que gera bem-estar.
Pare de acreditar e espalhar informações falsas, pois em vez de ajudar, estará prejudicando a saúde de outras pessoas.