Projeto de pesquisa na Argentina, formado por especialistas de diversas áreas do conhecimento, desenvolve experimentos para elaborar alternativas de conservantes alimentares mais naturais e saudáveis
O sistema alimentar atual necessita usar técnicas de conservação que permitam que os alimentos possam durar, e, em muitos casos, as substâncias usadas nos produtos podem não ser muito saudáveis.
Pesquisadores da Universidade Nacional de Córdoba, na Argentina, buscam alternativas de conservação mais sustentáveis. No estudo, analisaram variadas espécies aromáticas plantadas localmente, como o orégano, o louro e o alecrim, para desenvolver óleos que poderiam funcionar como antioxidante e antimicrobiano.
De acordo com o coordenador do projeto, que envolve pesquisadores de diferentes áreas como agronomia, medicina, engenharia e química, Rubén Grosso, o objetivo é “melhorar a conservação dos alimentos através da aplicação de aditivos naturais que atuam como conservantes, buscando substituir ou diminuir o uso dos sintéticos”, afirmou.
Por enquanto, o projeto está avaliando as propriedades destes aditivos naturais para evitar a decomposição e o crescimento de microrganismos nos alimentos. Até agora, os resultados vêm mostrando efeitos positivos nos ensaios realizados em laboratório. Os compostos naturais conseguiram aumentar a vida útil dos alimentos em 30%, em comparação com conservantes sintéticos.
É certo que estas plantas aromáticas podem mudar o sabor e o cheiro dos alimentos. Grosso diz que “há combinações que funcionam melhor que outras, por exemplo, colocar alecrim nos queijos e embutidos. Mas nas balas, não resulta muito agradável ao consumidor”, explica.
A equipe do projeto desenvolve nanocápsulas a partir do azeite e moléculas orgânicas naturais. A partir de uma mistura, os azeites passam por um processo de secado e se transformam em sólidos, cujos núcleos contêm o princípio ativo que é capaz de conservar o alimento. Este núcleo está coberto com uma capa de polissacarídeos que consegue inibir o sabor original da planta.
Estas substâncias produzidas são adicionadas ao alimento quando este já está nas últimas etapas do processo de elaboração, para evitar que percam as propriedades conservantes.
Os profissionais interessados em pesquisas na área de biotecnologia alimentar podem optar pelo Mestrado em Nutrição e Biotecnologia Alimentar, patrocinado pela FUNIBER.
Fonte: Producen nanocápsulas de origen natural para conservar alimentos
Foto: Todos os direitos reservados