Segundo uma análise dos efeitos de intervenções de saúde para o desenvolvimento cerebral infantil, os programas de cuidados são mais efetivos que os de nutrição.
Segundo os resultados de um estudo publicado na revista The Lancet Global Health, os programas de cuidado são cinco vezes mais efetivos para apoiar crianças mais inteligentes do que os programas de nutrição.
Os pesquisadores da Universidade da Califórnia analisaram 75 programas de intervenção, durante a gravidez e a infância, e observaram os efeitos destas ações para o crescimento e o desenvolvimento cerebral das crianças.
É certo que tanto o programa de nutrição como o de cuidados, qualquer intervenção é positiva para melhorar as condições de crescimento e desenvolvimento. Entretanto, para enfrentar os variados fatores de risco que encontram as crianças em situação vulnerável, programas que tratam questões emocionais, familiares e outros tipos de apoio foram mais efetivos para melhorar as habilidades cognitivas e de linguagem e o desenvolvimento motor.
A colaboradora do estudo, Leila Larson, da Universidade de Melbourne, nos Estados Unidos, afirmou que a equipe se surpreendeu com o tamanho dos benefícios dos cuidados da infância. Geralmente, há um grande enfoque nos programas de saúde ao tema do retraso de crescimento, segundo a altura ideal conforme a idade.
Esta associação foi um marco para uma agenda global pensada em promover a nutrição e o crescimento para melhorar o desenvolvimento cognitivo e o rendimento escolar.
A professora assistente de nutrição na Universidade de California Davis, Elizabeth Prado, autora principal do estudo, afirmou que “o estudo encontrou que não podemos nos centrar somente na nutrição. Outros aspectos do cuidado da infância são também importantes, inclusive mais, para apoiar cérebros saudáveis”, disse.
Segundo esta pesquisadora, nas intervenções de cuidado e aprendizagem, os pais brincam com os filhos, cantam músicas, contam histórias, entre outras atenções que estimulam o desenvolvimento cerebral das crianças.
Em todo o mundo, estima-se que 156 milhões de crianças com menos de 5 anos têm atraso no crescimento.
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