Nova tecnologia consegue extrair ômega 3 de microalgas sem usar químicos

Empresa na Espanha desenvolve tecnologia que extrai ômega 3 de microalgas, uma alternativa sustentável que não utiliza solventes químicos

A partir de microalgas é possível produzir suplementos dietéticos ricos em ômega 3, ácidos que podem oferecer benefícios para a saúde. Mas para conseguir este processo, é importante que as microalgas estejam bem tratadas.

No norte da Espanha, na cidade de Gijón, a empresa  Neoalgae está especializando-se na produção de quatro espécies de microalgas que podem fornecer o ômega 3. Para a retirada do ácido das microalgas, a empresa, a partir de um projeto de pesquisa apoiado por instituições europeias, desenvolveu uma tecnologia complexa chamada “fluidos supercríticos”.

Para separar os componentes dentro da microalga, eles utilizam de dióxido de carbono que quebra as membradas e liberam os óleos que logo são recuperados.

O cientista alimentar da empresa, Víctor Casado Bañares, explica alguns detalhes do processo: “injetamos dióxido de carbono a temperaturas e pressões muito elevadas, que podem chegar a 300 ou 400 bar. Obtemos uma solução solúvel que contém o gás e os óleos das microalgas. Libertamos depois a solução de novo na pressão atmosférica normal. O dióxido de carbono é libertado para o ar ou reciclado para outros processos futuros”.

A empresa defende que o uso de microalgas pode representar uma alternativa sustentável à exploração de peixes, já que a pesca está saturada. Segundo a bióloga da empresa Neoalgae, María Álvarez, “a concentração de ômega 3 nas microalgas é muito maior do que em qualquer peixe. É essencial perceber que este ômega 3 proveniente das microalgas é muito mais natural”, afirma.

A bióloga explica que a fonte primária do ácido vem das microalgas, que são alimentos dos peixes.

Atualmente, o ômega 3 representa um mercado consumidor grande, com potencial de crescimento. Estima-se que há uma busca deste suplemento de aproximadamente 260 mil toneladas por ano. Para entrar neste mercado de maneira competitiva, a empresa que tira o ômega 3 da microalga espera mais facilitações por parte do governo, já que a tecnologia que utilizam é mais cara.

O presidente da empresa explica que com o tempo, provavelmente a tecnologia ficará mais barata, além de ser um ponto positivo para economias sustentáveis já que no processo de extração não se usam solventes químicos.

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Fonte:

Ómega 3 das microalgas, uma fonte de futuro

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