Muitas vezes a ausência de idosos nos meios, ou a representação de sua imagem através de estereótipos, escondem toda uma realidade mais além do que os acontecimentos negativos
A representação dos idosos na mídia é frequentemente marcada por uma série de estereótipos. De acordo com a professora da Universidade de Havana e presidente da Sección de Psicogerontología de la Sociedad Cubana de Psicología, Teresa Orosa, muitas vezes na imprensa há repetidas visões negativas da velhice, o que equaciona essa fase da vida com a morte, depressão, solidão ou doença.
Ao mesmo tempo, na mídia há também uma representação “positiva” de idosos que, segundo Orosa, não deixa de ser outro tipo de estereótipo, como “a idade de ouro” ou “um retorno à juventude”.
Para a jornalista Loles Díaz, quando os idosos aparecem na mídia, sua imagem mais comum é a de pessoas com saúde muito deteriorada, que vivem com uma pensão escassa ou que não podem ficar por conta própria.
A ex-Diretora Nacional de Políticas para Idosos do Ministério do Desenvolvimento Social da Argentina, Mónica Roque, destaca na Rede Latino-Americana de Gerontologia o problema de que os idosos não aparecem com muita frequência: “A falta de representatividade funciona como um véu porque fala e mostra menos idosos em comparação com outras idades “, explica.
Como teria que ser esta representação?
Segundo o Guía para comunicar con responsabilidad sobre las personas mayores, elaborado em 2014 pela Secretaria Nacional da Criança, do Adolescente e da Família da Argentina, é importante que os profissionais ligados à mídia prestem atenção ao uso de palavras e imagens relacionadas aos idosos, para não reforçar ou construir estereótipos.
Este guia também recomenda representar o envelhecimento de forma positiva, “como um momento de vida enriquecedor, ativo, pleno e recompensador, com perdas e ganhos como em todas as fases da vida”.
Alguns dos tópicos propostos é que nem todos são aspectos negativos, como roubos, acidentes em casas de repouso, etc., mas para promover novos tópicos, como a velhice ativa, o diálogo intergeracional ou a tecnologia.
Para todas as pessoas interessadas no estudo das mudanças físicas, sociais e mentais nos idosos, a FUNIBER patrocina o Mestrado em Gerontologia. Seu programa se centra na pesquisa dos processos de envelhecimento e das mudanças na sociedade que resultam do envelhecimento, cada vez maior, da população.
Fontes: Estereotipos complican tratamiento del envejecimiento en la prensa
La imagen de las personas mayores en los medios de comunicación
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