O cancro da mama, uma das doenças mais prevalentes entre as mulheres em todo o mundo, afecta não só o corpo, mas também a mente. Para as sobreviventes, o caminho para a recuperação está repleto de desafios físicos e emocionais. No entanto, um aliado inesperado tem-se revelado fundamental neste processo: o exercício físico. Um estudo recente publicado na revista Cancer Medicine indica que a atividade física não só melhora a saúde física, como também tem um impacto significativo na redução da depressão e da ansiedade, problemas comuns nesta população. Como é que o exercício pode transformar a qualidade de vida destas mulheres? Continue a ler para descobrir.
O desafio emocional das sobreviventes de cancro da mama
O diagnóstico e o tratamento do cancro da mama não terminam com a remoção do tumor. As sobreviventes enfrentam uma série de desafios emocionais, desde a alteração da autoimagem até ao medo constante de uma recaída. De facto, estima-se que entre 40% e 54,5% destas mulheres sofram de depressão, enquanto 40% a 46,8% sofrem de ansiedade. Estas perturbações não só afetam a sua qualidade de vida, como também podem interferir com a sua vontade de seguir o tratamento e aumentar o risco de mortalidade.
Os fatores predisponentes incluem a falta de apoio social, tratamentos agressivos, alterações da imagem corporal e a utilização de determinados medicamentos. Para além disso, os sintomas são frequentemente agravados durante terapias como a quimioterapia, o que sublinha a necessidade de intervenções eficazes e acessíveis.
Metodologia do estudo
O estudo intitulado «Effects of Exercise on Depression and Anxiety in Breast Cancer Survivors: A Systematic Review and Meta-Analysis of Randomized Controlled Trials» realizou uma revisão sistemática da literatura existente sobre o efeito do exercício na depressão e ansiedade em sobreviventes de cancro da mama e para determinar o regime de exercício ideal para esta população de doentes.

Conclusões relevantes
Os resultados mostraram que o treino multicomponente, combinando exercício aeróbico e de resistência, é a intervenção mais eficaz. Este tipo de treino, realizado pelo menos três vezes por semana e com sessões de até 60 minutos, reduz significativamente os sintomas depressivos e a ansiedade nesta população. Ao nível da depressão, este tipo de treino apresentou maiores benefícios comparativamente a outros tipos de exercício. A frequência das sessões (≥ 3 vezes por semana) e a duração moderada (≤ 60 minutos por sessão) foram fatores chave para a sua eficácia. Embora o exercício de resistência isolado não tenha sido tão eficaz, pode ser gradualmente integrado num regime combinado para otimizar os resultados.
Relativamente à ansiedade, o treino multicomponente também se revelou o mais eficaz na redução deste sintoma, superando o exercício aeróbico ou de resistência individual. Sessões mais frequentes e de duração moderada revelaram-se mais eficazes, evitando a fadiga e o desconforto associados ao treino prolongado. Esta abordagem abrangente parece dar uma resposta mais completa aos desafios físicos e emocionais dos sobreviventes. Para além disso, verificou-se que uma maior frequência e consistência do exercício era mais benéfica do que o simples prolongamento da duração das sessões.
Conclusões
Em conclusão, o exercício, especialmente o treino multicomponente, é uma ferramenta eficaz para mitigar a depressão e a ansiedade em sobreviventes de cancro da mama. Esta meta-análise apoia a sua inclusão nas recomendações médicas, dando prioridade a sessões regulares, de duração e frequência moderadas, para maximizar os benefícios terapêuticos. Num mundo onde o cancro continua a ser uma das principais causas de mortalidade, o exercício físico posiciona-se como uma ferramenta acessível e eficaz para melhorar a qualidade de vida de quem enfrentou esta doença. Está preparado para incorporar esta abordagem na sua prática profissional?
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