O que se necessita para resistir durante as ultramaratonas

Controle do gasto físico e controle da mente, fatores essenciais para conseguir superar situações de cansaço extremo como são as ultramaratonas

O que têm os atletas que permitem resistir às situações de cansaço extremo? É claro, que treinamento é necessário para esportistas como por exemplo, os ultramaratonistas que necessitam preparar tanto fisicamente como mentalmente para suportar um corrida que pode levar todo um dia.

Mas há alguns truques para manter estes atletas motivados durante a corrida? O fisiologista de resistência da Universidade de Kent, Dr. Mark Burnley, que pesquisou a velocidade variável segundo as distâncias nas corridas, diz que em corridas longas, três parâmetros podem determinar o desempenho do atleta.

Primeiro, é necessário grande VO2 max, ou seja, a máxima quantidade de oxigênio que o corpo necessita para exercícios intensos.

Em segundo lugar, o atleta precisa de um alto nível de lactato, que é o ritmo mais acelerado sem que sobre lactato no corpo.

Terceiro, é preciso economizar a energia do corpo para um uso eficiente nas longas distâncias.

Burnley afirma que o limite de resistência nestes casos estão relacionados a quantidade de gasto ao corpo produzido em exercícios intensos. “Numa corrida de ultraresistência, você apenas tenta completar o objetivo”. Ou seja, manter um ritmo arrastado. O objetivo como um corredor de ultradistância “está em tentar correr com o mínimo de sustentação de pernas, essencialmente tentando minimizar o custo de energia de sua corrida”, diz Burnley.

Mas há um fator também fundamental que está associado à mente. Após sua segunda participação do Spartathlon, ultramaratona formada por 246 quilômetros, que ocorre anualmente na Grécia, o corredor Dean Karnazes sabe bem que é necessária uma força mental extraordinária para manter-se na corrida.

“Há momentos quando se sente muito forte e que poderia continuar correndo eternamente”, diz. Mas ele diz que momentos depois ele pensa em parar, porque dói muito e não conseguirá chegar na esquina seguinte.

Segundo a psicóloga esportiva especializada em resistência, Dra. Carla Meijen, da Universidade Santa Mary em Londres, “há algumas evidências que sugerem que quem compete em eventos de ultraresistência têm uma tolerância maior à dor”. O que não se sabe é se esta tolerância foi desenvolvida pela prática ou se congênita.

Mas grande parte dos estudos neste campo revelam que a experiência promove mudanças no estado cerebral. Meijen acredita que a necessidade de controlar a situação promove uma habilidade para lidar com extremos.

Para o corredor Karnazes, a metade da corrida necessita controle das pernas. Na metade final, necessita o controle da mente. A psicóloga diz que algumas estratégias de distração ajudam: “pensar sobre como vai recompensar a você mesmo após o evento”, por exemplo.

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Fonte: The Secret of Endurance Athletes 

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