A depressão poderia ser a antessala para o Alzheimer, segundo um novo estudo

Um estudo italiano revela que a depressão conduziria ao Alzheimer, e não o contrário, já que a doença estaria relacionada à morte de neurônios em uma área vinculada às mudanças de humor

Atualmente, mais de 47 milhões de pessoas em todo o mundo padecem de Alzheimer e é previsto que 131 milhões estejam nas mesmas condições em 2050, segundo o Relatório Mundial sobre o Alzheimer 2016.

Embora a verdadeira causa desta doença ainda não tenha sido provada por toda a comunidade científica, existe um estudo científico, recentemente publicado na revista ‘Nature Communications’, que surpreendeu com uma descoberta que demonstraria a suposta origem do Alzheimer.

Marcello D’Amelio, professor associado de Fisiologia Humana e Neurofisiologia na Universidade Campus Biomédico de Roma e coordenador da pesquisa, afirma que a depressão conduziria ao Alzheimer, e não o reverso.

O estudo contou com a colaboração da Fundação IRCCS Santa Luzia e do CNR de Roma, e aponta à área tegmental ventral (ATV), famosa por ser a sede de nosso circuito de recompensa. É nessa área em que se produz a dopamina, o neurotransmissor vinculado à coordenação dos movimentos musculares, ao prazer e às mudanças de humor. “Quando se faz algo satisfatório, o ATV libera a dopamina, que atua como mensageira química para que a pessoa se sinta bem”, afirma D`Amelio.

Desta forma, este neurotransmissor regula as emoções, o prazer e a motivação para enfrentar o dia a dia. A falta de dopamina é uma das causas da depressão. Tanto o excesso como a deficiência desta substância química são a causa de várias doenças como o Parkinson ou os vícios.

Os resultados do estudo apontam que a origem do Alzheimer estaria relacionada à morte de neurônios em uma área vinculada às mudanças de humor, e não à degeneração de células presentes no hipocampo, área cerebral em que ocorrem os mecanismos da memória.

Do mesmo modo, a morte dos neurônios que produzem dopamina faria que esta substância não chegue até o hipocampo, causando falhas que geram a perda de memória. Esta hipótese foi confirmada no laboratório, indica a pesquisa.

Os alunos do Mestrado em Gerontologia, patrocinado pela FUNIBER, se mantêm informados sobre os estudos relacionados a doenças próprias de idosos, com a finalidade de pesquisar medidas preventivas.

Fonte: Una nueva hipótesis sobre el origen del Alzheimer podría cambiar todo lo estudiado hasta la fecha

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