Onda de calor no norte europeu é atribuída à mudança climática

Estudos indicam que a mudança climática aumentou a probabilidade de eventos naturais como os incêndios atuais no norte da Europa e as fortes chuvas torrenciais no sul

O verão chegou na Europa, e trouxe um sinal de alerta em vários países devido às diversas frentes de calor, de seca, as chuvas torrenciais e os incêndios. De acordo com especialistas ambientais, estes eventos são efeitos da mudança climática.

Em 2017, o Portugal e a Espanha foram os países que mais sofreram com as ondas de calor, com diversos casos de incêndio. Neste ano, a Grécia, a Suécia e a Letônia vêm sofrendo com o fogo nas zonas florestais.

A Suécia já detectou 50 incêndios, que têm por característica a forte velocidade em que se movem as chamas, devido aos ventos fortes, à seca e ao ambiente quente.

Já na Letônia, na zona do mar Báltico, o governo solicitou ajuda internacional para intentar controlar as chamas de um incêndio que já leva mais de duas semanas.

A Grã-Bretanha também vem sofrendo o a onda de calor. O governo anunciou que este verão, até agora, vem sendo o mais seco de toda a história registrada.

Já a Espanha, com temperaturas mais normais para a estação, as chuvas torrenciais, com alagamento de ruas e rios que transbordam, indicam uma outra cara dos efeitos da mudança climática em chuvas violentas e repentinas.

Uma análise preliminar, realizado pela rede World Weather Attribution, indica que o forte calor que afeta o norte da Europa neste verão pode ser entre 2 a 5 vezes mais provável em algumas regiões devido à mudança climática. Os pesquisadores analisaram sete estações meteorológicas na Irlanda, Países Baixos, Suécia, Noruega e Finlândia.

Os pesquisadores do Instituto de Mudança Ambiental da Universidade de Oxford (ECI), na Inglaterra, também se manifestam sobre a onda de calor neste verão europeu mostrando uma nova pesquisa que revela que a mudança climática provoca que se aumente a probabilidade do aumento das temperaturas.

O diretor adjunto do ECI, Friederike Otto, afirmou que estas temperaturas serão cada vez mais comuns, e o clima se tornará mais cálido do que era. O estudo compara as temperaturas atuais com registros históricos de estações no norte europeu, do início do século XX. A partir de modelos informáticos que calculam os possíveis efeitos da mudança climática, a equipe mostra que o planeta está esquentando.

“Encontramos que para a estação meteorológica no extremo norte, no Círculo Polar Ártico, a onda de calor atual é simplesmente extraordinária, sem precedentes no registro histórico”, segundo Geert Jan van Oldenborgh, pesquisador do Instituto Meteorológico Real, dos Países Baixos.

Otto recomenda ainda que a sociedade deve se preparar para este aumento da temperatura. “Mas também não há dúvidas de que podemos e devemos limitar a crescente probabilidade de todo tipo de fenômenos meteorológicos extremos ao restringir as emissões de gases de efeito estufa o mais agudamente possível”, explicou.

Os profissionais interessados em capacitar-se neste setor podem optar pelo Mestrado em Mudanças Climáticas, patrocinado pela FUNIBER.

Fontes:

Los incendios forestales alimentados por el cambio climático como los de Grecia activan las alertas europeas

El cambio climático, responsable del calor en Europa este verano

La ola de calor europea de 2018 y su atribución al cambio climático

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