ONU recomenda eliminar a carne e os lácteos da dieta

O relatório da ONU indica que é necessário reduzir o consumo de produtos de origem animal, como a carne, para minimizar nosso impacto na mudança climática

O equilíbrio climático do planeta depende de muitos fatores que são interdependentes, a temperatura do oceano, a temperatura do ar, a umidade, o albedo, a quantidade de CO2 acumulada na atmosfera, a fotossíntese das árvores e o plâncton, e muitos outros fatores que estão sendo alterados pela atividade humana. A agricultura, o gado, o transporte e a energia são as indústrias que maior quantidade de poluição emitem no planeta. Para avaliar o impacto da atividade humana sobre o planeta, a ONU emitiu um relatório no qual recomenda às pessoas evitar o consumo de produtos de origem animal, como a carne, para conseguir reduzir de forma significativa nosso impacto no clima do planeta. O documento de 108 páginas é um material essencial para a atualização de todos os profissionais que trabalham no setor ambiental.

O documento indica que é nosso consumo pessoal o que gera a maior quantidade de poluição, e essa tendência poluente não se deteria em um futuro próximo. É nossa atividade econômica a que causa a poluição e as alterações no ambiente. O estilo de consumo vai se manter, e inclusive aumentaria o tipo de consumo que a classe média realiza, mas para manter um equilíbrio em relação aos recursos do planeta, devemos considerar que a população mundial seguirá crescendo até superar os 9 bilhões de habitantes por volta do ano 2050. Para sustentar a demanda de bens e serviços de uma população tão grande, serão necessários enormes recursos.

O relatório da ONU indica que ao analisar os processos de produção de diversos bens, determinou-se que a produção de alimentos de origem animal causa mais danos ao planeta que a produção de materiais de construção como o cimento, os plásticos ou os metais. O documento ressalta que “a biomassa e os cultivos necessários para alimentar os animais são tão daninhos como a queima de combustíveis fósseis”.

Os pesquisadores a cargo do estudo indicaram que a agricultura está no mesmo nível que a queima de combustíveis fósseis porque está crescendo rapidamente, ao mesmo tempo que se produz um crescimento econômico. Quando uma população duplica seu ingresso econômico, seu impacto ambiental aumenta em 80%.

Ao estudar o impacto da agricultura no planeta, identificou-se que a produção de carne e lácteos consome 70% da água potável em contexto global, está relacionada à 38% do uso total da terra e à 19% das emissões de gases de efeito estufa. É por esta razão que uma mudança na dieta das pessoas se torna uma necessidade urgente para o planeta, procurando promover uma redução considerável no consumo de carnes e lácteos.

Os estudantes da área Ambiental da FUNIBER assessoram as autoridades para conseguir estabelecer medidas que nos ajudem como sociedade a conseguir reduzir nosso impacto no planeta, e os estudantes do podem contribuir ao desenvolvimento de dietas livres de carne, adaptando os ingredientes às necessidades locais de cada região.

Fonte: The Guardian

Foto CC: BobMcInnes