O fenômeno da multimorbidade, caracterizado pela presença simultânea de várias doenças crônicas, tem sido associado ao aumento da mortalidade em idosos.
Entender dos mecanismos biológicos subjacentes à multimorbidade é essencial para desenvolver estratégias efetivas de prevenção e tratamento. Nesse contexto, a metabolômica surgiu como uma ferramenta promissora para identificar biomarcadores associados a padrões específicos de multimorbidade em idosos.
Um estudo recente, realizado por pesquisadores da Universidad Autónoma de Madrid e de outros centros de pesquisa na Espanha, revelou novos biomarcadores plasmáticos associados a padrões de multimorbidade em idosos. Por meio de técnicas metabolômicas em amostras de sangue de uma coorte de 700 indivíduos, foram identificados três grupos principais de biomarcadores: metabolismo lipídico, colesterol de lipoproteínas de alta densidade e aminoácidos/glicólise/cetogênese. Descobriu-se que esses biomarcadores estavam associados a padrões distintos de multimorbidade, incluindo multimorbidade cardiometabólica, neuropsiquiátrica e musculoesquelética.
Padrões de multimorbidade
Essa descoberta ressalta a importância de realizar múltiplas medições de biomarcadores para obter uma imagem completa dos mecanismos moleculares envolvidos na multimorbidade em idosos. Cada grupo de biomarcadores mostrou uma associação distinta com os padrões de multimorbidade. Por exemplo, pontuações altas no grupo de “metabolismo lipídico” foram associadas a uma maior probabilidade de ter multimorbidade cardiometabólica. Por outro lado, o grupo “colesterol de lipoproteínas de alta densidade” foi associado a uma redução da probabilidade de multimorbidade cardiometabólica, enquanto o grupo “aminoácidos/glicólise/cetogênese” apresentou uma correlação com uma maior probabilidade dessa condição.
Esses resultados ressaltam a diversidade de biomarcadores associados a diferentes padrões de multimorbidade e destacam a necessidade de medir múltiplos biomarcadores para entender completamente os mecanismos moleculares envolvidos na multimorbidade. Além disso, essas descobertas podem ter um impacto significativo tanto na prática clínica quanto em pesquisas futuras. Por um lado, vislumbra-se a possibilidade de identificar novos biomarcadores específicos para padrões de multimorbidade, o que permitiria uma detecção precoce e o acompanhamento mais efetivo de pacientes em risco. Por outro lado, essas descobertas podem abrir as portas para intervenções e tratamentos personalizados com base nos perfis metabólicos individuais.
O estudo de biomarcadores plasmáticos em idosos com multimorbidade oferece uma nova perspectiva sobre essa condição complexa. A metabolômica está posicionada como uma ferramenta promissora para descobrir os mecanismos moleculares envolvidos na multimorbidade e, assim, facilitar novas estratégias de prevenção e tratamento. Com a continuidade das pesquisas nessa área, espera-se que esses avanços levem à implementação de terapias mais eficazes e personalizadas, melhorando, assim, a qualidade de vida dos idosos com multimorbidade.
Continue com sua formação profissional
É importante enfatizar que cada pessoa idosa é única e tem necessidades, recursos e capacidades diferentes. A diversidade no campo do envelhecimento gera inúmeras oportunidades de trabalho, assim como muitas oportunidades de pesquisa; por isso, a FUNIBER criou o programa de Mestrado em Gerontologiaa fim de que você possa obter conhecimentos especializados que podem abrir muitas portas no âmbito profissional.
Fontes: Nuevos biomarcadores asociados a patrones de multimorbilidad en adultos mayores; Cross-sectional Association Between Plasma Biomarkers and Multimorbidity Patterns in Older Adults