Um estudo da União Europeia investigou os cérebros de pacientes que sofrem de doenças cerebrais, com foco nas sinapses. A equipe abriu as portas para novos tratamentos que podem beneficiar a todos.
Existem muitos distúrbios, como a doença de Alzheimer e a esclerose lateral amiotrófica (ELA), que com o tempo fazem com que certas partes do cérebro percam a função. Essas doenças, e muitas outras, são chamadas de doenças neurodegenerativas. Eles podem causar vários problemas que afetam a memória e os movimentos diários. O RobustSynapses é um projeto financiado pela União Europeia para entender melhor as causas e as possíveis curas dessas doenças.
“O projeto RobustSynapses atende a uma das maiores necessidades médicas não atendidas: o fato de que não há cura para nenhuma dessas doenças neurodegenerativas importantes”, explica Patrik Verstreken, Investigador Principal da RobustSynapses. Versreken também é Diretor Científico e Líder de Grupo do VIB Center for Brain & Disease Research em KU Leuven, Bélgica.
“Para enfrentar esse desafio, queríamos ampliar o que acontece nos estágios iniciais dessas doenças”, disse Versreken.
O projeto concentrou-se nas sinapses, conexões minúsculas que existem entre as terminações das células nervosas no cérebro. As sinapses permitem sinais e comunicação de um neurônio para outro. Eles são essenciais para o funcionamento do cérebro. Eles também são a primeira parte do cérebro que é afetada por esses distúrbios cerebrais.
O RobustSynapses começou a estudar sinapses em moscas-das-frutas. Esta pesquisa analisou como as sinapses funcionam e o que pode fazer com que falhem. Os pesquisadores esperavam que este trabalho pudesse ajudar os profissionais médicos a identificar doenças cerebrais mais cedo e levar a tratamentos mais eficazes.
A equipe de pesquisa pegou suas descobertas em moscas-das-frutas e as aplicou à pesquisa sobre neurônios humanos. Dessa forma, eles puderam estudar os processos sinápticos à medida que ocorriam e confirmar se os resultados eram os mesmos para as células nervosas humanas.
O estudo descobriu que a “autofagia específica para sinapses” causava problemas de sinapses. A autofagia é um processo natural do corpo para eliminar células danificadas e assim ser capaz de produzir novas células.
“Uma das nossas inovações mais interessantes foi que fomos capazes de desenvolver ferramentas que interferem com os defeitos induzidos por este processo nos contatos sinápticos, incluindo declínio cognitivo”, disse Verstreken.
A equipe está atualmente trabalhando no desenvolvimento desta pesquisa para realizar intervenções terapêuticas para os pacientes. Como agora não há cura para esses distúrbios cerebrais, explorar novos caminhos de tratamento terapêutico pode ter um grande impacto na humanidade e abrir a porta para novas pesquisas no futuro.
“Dado o grande número de pessoas que sofrem de neurodegeneração, o impacto pode ser muito considerável”, conclui Verstreken.
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Fontes: Potential new disease treatments, Autophagy, New treatment methods