Evolução de diversos estudos no combate ao Alzheimer

Em 2020, foi publicado um grande número de estudos para melhorar a prevenção, detecção e tratamento da doença de Alzheimer.

A pandemia de coronavírus prejudicou significativamente os idosos. Paralelamente, nos últimos meses foram publicados diversos estudos com o objetivo de obter mais informações a fim de mitigar a doença de Alzheimer, que atinge principalmente essa faixa etária.

Docentes da rede da FUNIBER avaliam os diversos estudos veiculados na mídia e abordam diferentes reflexões para a detecção precoce da doença, bem como as opções para amenizar os sintomas.

 

  1. A influência da educação para proteção contra doença de Alzheimer de início precoce

Um estudo publicado na revista médica American Academy of Neurology em agosto revelou dados importantes sobre o papel da educação na proteção daqueles que carregam o gene da doença de Alzheimer de início precoce.

Mais anos de educação, segundo o estudo, podem atrasar o desenvolvimento de placas amiloides no cérebro, associadas à doença.

 

  1. Hábitos saudáveis que podem reduzir o risco de padecer de Alzheimer

Em junho, foi publicado um estudo que investiga diferentes hábitos que podem reduzir o risco de sofrer dessa doença neurodegenerativa.

Fatores saudáveis como não fumar, manter um consumo de álcool leve a moderado, ser fisicamente ativo ou seguir uma dieta adequada podem reduzir o risco dessa doença em até 60%.

 

  1. Estudo descobre sistema que ajudaria na detecção da doença

Reverter os sintomas não é o único objetivo dos pesquisadores, que também buscam outros métodos para detectar a doença.

No último mês de maio, foi publicada uma análise sobre essa temática. Um sistema baseado em imagens de ressonância magnética foi descoberto por pesquisadores da Universidad de la Ciudad de Hong Kong (CityU) e da Universidad John Hopkins (Estados Unidos).

 

  1. Detecção do Alzheimer em uma análise de sangue

Profissionais da Universidade de Gotemburgo, na Suécia, desenvolveram um novo sistema para detectar Alzheimer usando uma amostra de sangue. O método baseia seu sucesso na medição de uma variante específica da proteína tau em amostras de sangue comuns. Essa técnica reduziria custos, além de simplificar o procedimento.

 

  1. Lítio em doses baixas poderia ajudar na luta contra o Alzheimer

Um estudo em camundongos realizado pela Universidade McGill (Canadá) mostrou que o lítio, administrado em baixas doses e com uma formulação que facilita a passagem para o cérebro, pode ajudar no combate ao Alzheimer.

Especificamente, a pesquisa publicada em janeiro indica que o lítio, em quantidades reduzidas, pode interromper os sinais mais avançados da doença, além de recuperar habilidades cognitivas perdidas.

 

A professora Lucibel Vásquez destaca que a doença de Alzheimer é uma das patologias neurodegenerativas com maior aumento de casos hoje em dia.

Atualmente, diversos estudos estão sendo realizados, a fim de se encontrar a cura para a doença, porém, ainda não se conhece um medicamento que retarde ou trate a doença.

A doença de Alzheimer é complexa e de múltiplas causas, segundo especialistas. Para tratá-la, será necessária a combinação de vários tratamentos e a adoção de um método sutil e personalizado.

No entanto, estudos recentes mostram que a adoção de hábitos de vida saudáveis, como praticar atividade física, seguir uma dieta adequada e limitar o consumo de álcool e tabaco, são fatores de proteção que estão sendo explorados a fim de reduzir o risco ou prevenir doença.

 

Por sua vez, a professora Silvia Quer destaca que as pesquisas para compreender, prevenir, detectar e tratar o Alzheimer não param apesar da atual pandemia. Apesar de a doença ter sido estudada extensivamente, ainda há um longo caminho a percorrer, como pode ser verificado nos estudos apresentados.

Como ainda não há cura, o que se tenta é encontrar uma forma de retardar o aparecimento da doença, preveni-la ou detectá-la o mais rápido possível. Levar uma vida saudável ou um alto nível intelectual ajuda não só a aparecer mais tarde, mas também a desacelerar.

A busca pela cura ou pelo medicamento para o tratamento da doença continua a ser uma corrida contra o tempo, pois é uma das principais causas de morte em idosos.

 

Paralelamente, a professora Clicia Jatahy Peixoto lembra que é fundamental não esquecer que a busca pela cura é tão importante quanto a qualidade do atendimento prestado às pessoas acometidas pela doença. E, para isso, será necessário continuar sensibilizando a sociedade em geral, as instituições e os cuidadores informais para a necessidade de uma atenção personalizada, digna e de muito respeito.

Para saber mais sobre como as doenças neurodegenerativas afetam os idosos, a FUNIBER patrocina diversos programas universitários com essa finalidade. Um dos cursos oferecidos é o Mestrado em Gerontologia.

Fontes: Más años de educación pueden proteger del Alzheimer de inicio temprano

Estos hábitos reducen el riesgo de Alzheimer hasta en un 60%

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