A corrida é, desde há muito, um desporto é uma forma de exercício populares. No entanto, para os atletas e profissionais do desporto, a otimização do desempenho da corrida é uma busca constante.
É aqui que entra em jogo o conceito de biomecânica da corrida, o estudo da forma como o corpo se move durante o ciclo da marcha. Compreender a relação entre a biomecânica da corrida e a economia de corrida (ER) tornou-se um dos principais objectivos da investigação recente. Numa revisão sistemática intitulada “The relationship between running biomechanics and running economy: a systematic review and meta-analysis of observational studies”, publicada na Sports Medicine, foram recolhidas informações valiosas de um conjunto de estudos observacionais. Os resultados sublinham a importância dos fatores biomecânicos na melhoria da economia de corrida, lançando uma nova luz sobre a melhoria do desempenho para atletas profissionais e não profissionais.
A medição do ER desempenha um papel fundamental na determinação da eficiência da corrida individual a uma velocidade constante. Uma vez que quantifica a quantidade de oxigénio ou energia necessária para realizar uma corrida sustentada, torna-se um fator-chave juntamente com variáveis como o consumo máximo de oxigénio (VO2 max) e o limiar anaeróbico. De facto, a ER, o VO2 max e a capacidade de correr a uma percentagem elevada constituem, em conjunto, variações importantes no desempenho da corrida de longa distância. Esta interligação requer uma atenção abrangente para compreender os factores que afectam a ER.
Factores que influenciam a economia de corrida
Foi efectuada uma série de investigações para examinar a correlação entre a ER e as variáveis relacionadas com o desempenho com precisão analítica. Entre os fatores que influenciam a ER, a biomecânica da corrida destaca-se como uma via promissora. Muitos estudos observacionais indicaram que o tempo de contacto com o solo, o tempo de voo e o fator de carga tiveram consequências triviais em relação à ER. Foi sugerido que a frequência da passada afecta fracamente a frequência da passada, enquanto uma menor deflexão vertical e uma maior rigidez vertical e da perna mostraram associações moderadas com um menor custo de oxigénio e energia.
Embora outras medidas, como a amplitude de movimento dos ângulos articulares, a ativação muscular electromiográfica e as variáveis do trabalho mecânico, tenham apresentado resultados inconclusivos no que respeita ao seu impacto na SR, as tendências e as magnitudes continuarão a atrair os investigadores. Consideradas individualmente, as variáveis biomecânicas explicam entre 4% e 12% da variabilidade do ER entre indivíduos. Por conseguinte, a combinação de diversas medidas biomecânicas poderia aumentar ainda mais esta magnitude explicativa.
Esta investigação sublinha o papel vital das variáveis biomecânicas na decifração e melhoria da economia de corrida. Estes resultados fornecem uma imagem mais clara para atletas, treinadores e investigadores da relação entre a biomecânica da corrida e o desempenho optimizado. Ao compreender a forma como o corpo se move durante a corrida e ao identificar os principais factores que influenciam a corrida economicamente eficiente, os atletas podem aperfeiçoar as suas técnicas, os treinadores podem conceber metodologias de treino melhoradas e os investigadores podem contribuir para os avanços neste domínio. Em última análise, com uma maior compreensão das aplicações práticas relacionadas com a biomecânica da corrida, os atletas de todos os níveis podem atingir o seu verdadeiro potencial na procura da excelência da corrida.
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