Vantagens desiguais: o limite da interferência tecnológica na competição

Há quem cunhe como “dopagem tecnológica” o uso de acessórios, desenvolvidos tecnologicamente, que oferecem vantagens ao competidor esportivo.

A ciência vem contribuindo para o desenvolvimento do esporte, especialmente para melhorar o rendimento dos esportistas. Sabe-se que em grande parte, o uso de técnicas e acessórios esportivos pode representar o diferencial que permite ganhar uma competição.

Esta inovação tecnológica e científica abre um debate importante sobre as vantagens que determinados atletas têm ao usar alguns tipos de material, e se questiona se as competições não deveriam controlar a influência da tecnologia para dar vantagem ao competidor.

O advogado esportivo Kepa Larumbe defende que “o progresso tecnológico faz a competição mais atrativa e favorece o espetáculo, mas o mérito esportivo deve prevalecer, deixando escassa margem para que se podam marcar diferenças através do material”, diz em entrevista ao jornal Expansión.

O também advogado Mario Resino explica que no caso de avanços tecnológicos para melhorar o rendimento, sem ser aprovado por diferentes órgãos de governo das distintas federações, necessitam passar por tribunais esportivos, “porque está alterando a competição”, explica.

Alguns exemplos são conhecidos, como o de Eliud Kipchoge, que conseguir uma marca histórica por completar por primeira vez uma maratona em menos de duas horas. A polêmica estava nos pés do corredor, no protótipo da Nike, desenhado e criado para melhorar a reatividade. O tênis era capaz de devolver até 85% da energia que perde o atleta ao correr.

A Federação Internacional de Atletismo (IAAF) estabelece através do artigo 143.2 que o calçado deve oferecer proteção e estabilidade, além de uma aderência firme aos pés. “não devem ser feitas de tal modo que proporcionem aos atletas uma ajuda ou vantagem injusta”, afirma.

A FUNIBER patrocina estudos na área de treinamento esportivo, como por exemplo o Mestrado em Otimização em Rendimento Esportivo e o Mestrado em Rendimento Esportivo: Treinamento e Avaliação Funcional.

Fonte: Los límites legales del dopaje tecnológico

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