Iniciativa mostra alternativa à violência no futebol

Psicólogo esportivo ressalta caráter violento no futebol infantil federado e mostra opção alternativa em que o futebol ajuda na educação de crianças

Seja no campo ou na arquibancada, o futebol está cheio de casos de violência e de atitudes antiesportivas. Como e quando começa essa atitude? Podemos evitar este comportamento? Uma proposta alternativa de esporte infantil apresenta êxito em Alicante, na Espanha, e mostra que o futebol pode ser capaz de formar crianças em solidariedade e respeito.

A iniciativa, denominada “Liga Brave”, usa o esporte como base para formar as crianças em valores cívicos, além de formar esportistas para o mercado profissional. A proposta é realizada pelo psicólogo esportivo Juan González Hernández, junto a outros profissionais, que lamentam que entre a prática de equipes esportivas infantis haja tanta competição.

De acordo com González, que é professor de Esportes da Universidade de Murcia (Espanha), o esporte infantil federado gera “violência e competividade” que acaba provocando brigas frequentes. Inclusive, esta atitude chega a causar relações negativas entre pais e filhos, devido ao interesse dos pais em ver os filhos ganharem.

A “Liga Brave” conta hoje com 3 mil crianças, com idade entre 6 e 12 anos, que não estão federados. Além de ter o mesmo formato que outra liga competitiva, e algumas regras semelhantes, a competição criou uma classificação paralela em que são pontuadas as atitudes consideradas como fair play.

Para marcar as condutas esportivas e antiesportivas, o árbitro conta com uma série de cartões de diferentes cores. De acordo com o psicólogo esportivo González, o objetivo é conseguir que num jogo haja mais condutas esportivas que antiesportivas.

Ao final da competição, a organização entrega um prêmio muito mais atrativo aos ganhadores da classificação fair play, do que aos que ganham a competição normal.

De acordo com González, algumas crianças que participaram da Liga Brave conseguiram chegar às bases de clubes como o Atlético de Madrid ou o Valencia CF.

Os responsáveis da Liga realizam seminários frequentes entre familiares, técnicos e árbitros, em que são analisadas as técnicas e ferramentas próprias do futebol que deveriam servir como recursos educativos para as crianças.

No Mestrado em Atividade Física: Treinamento e Gestão Esportiva, patrocinado pela FUNIBER, os profissionais podem se capacitar para o uso eficaz da atividade física para a qualidade de vida, a saúde e o convívio social.

Fonte: Psicólogos acusan al deporte infantil federado de generar “violencia y competitividad” en jóvenes y padres (EUROPAPRESS)

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