O atendimento centrado no paciente internado

Os médicos tratam dezenas de pacientes por dia, mas estamos preparados para personalizar o atendimento?

O doutor José Azofra apresenta um caso interessante. Um paciente com quase 110 kg é internado com pressão arterial elevada, glicemia basal de 130 e é prescrito para ele repouso na cama e uma dieta de 1.500 calorias, sem sal. Para a tomada de constantes, é acordado às 6hs da manhã e o paciente se queixa porque não consegue dormir bem. O médico receita ao paciente Heparina em dose preventiva e um hipnótico para melhorar o sono. Os problemas se repetem e o paciente continua se queixando das fisgadas e da comida. Antes de receber alta, o paciente vai ao banheiro, desmaia ou escorrega e bate a cabeça. A Comissão de Segurança do Paciente estuda o caso e determina que a permanência na cama e toda a medicação recebida influíram no acidente. No dia seguinte, ingressa um paciente com características similares e o atendem da mesma forma.

Pode parecer que não aprendemos a lição ou estamos treinados para reagir da mesma maneira frente aos problemas. Azofra propõe que se converse com o paciente e se pergunte sobre todas as alternativas para lhe dar tratamento.

O médico considera que algumas ações adotadas para tratar o paciente não têm muito sentido caso se considerem as características individuais de cada sujeito. Por exemplo, se for administrada uma dieta no hospital podemos assegurar de alguma forma que o paciente vai seguir a dieta em casa? É necessário despertar o paciente às 6hs da manhã para tomar as constantes?

A atenção centrada no paciente é difícil de ser aplicada nos hospitais, de acordo ao médico, especialmente considerando que muitos pacientes são atendidos e há um tempo limite para o atendimento de cada caso. Talvez seja necessário desenvolver novas estratégias e processos que nos permitam personalizar a atenção aos pacientes e oferecer a eles um serviço que seja menos mecanizado e, com isso, não seja sentido como algo hostil. A pressa e os padrões estabelecidos para a atenção fazem que seja difícil aplicar um atendimento centrado no paciente, mas cada vez surgem novas estratégias e tecnologias que permitirão melhorar a velocidade da atenção e simplificar os processos. Até então, será necessário usar a criatividade e prestar atenção ao paciente para lhe oferecer um atendimento mais caloroso e personalizado na medida do possível.

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Fonte: Quironsalud.es
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