Estudo mostra relação entre sedentarismo e risco de desenvolver a demência na terceira idade, a partir da medição do volume do cérebro entre idosos
As pessoas de idade avançada que fazem poucos exercícios físicos têm um risco maior de sofrer demência. A conclusão é de um estudo realizado por pesquisadores norte-americanos com 3.700 participantes com mais de 60 anos, publicado na revista Journals of Gerontology: Medical Sciences.
De acordo com o Dr. Zaldy Tan, um dos principais autores do estudo e médico do Programa de Atenção ao Alzheimer e a Demência da Universidade da Califórnia, a atividade física moderada já ajudaria a diminuir o risco. “Não se requer uma atividade física intensa para reduzir o risco de desenvolver a demência”, disse.
Segundo os centros norte-americanos para o Controle e a Prevenção de Doenças, conhecidos pela sigla CDC, caminhar a passo rápido, andar de bicicleta a menos de 16km/h, dançar ou praticar a jardinaria, já se consideram práticas de atividade física moderada.
O estudo mostrou que 50% do grupo que praticava alguma atividade física apresentou menos risco de desenvolver a demência do que o grupo formado por idosos sedentários. As razões podem ser vistas através de escâneres que mostraram os efeitos do envelhecimento sobre o cérebro. No estudo, as pessoas que fazem atividade física regular apresentaram um volume cerebral maior que as pessoas sedentárias.
O Dr. Malaz Boustani, diretor de pesquisas do Centro de Envelhecimento Saudável do Cérebro, do Centro de Pesquisas sobre o Envelhecimento da Universidade de Indiana, argumenta que o aumento do cérebro entre os praticantes de atividade física se deve ao aumento de fluxo sanguíneo. “O exercício físico poderia terminar levando a um aumento da densidade das conexões entre os neurônios e criar vias alternativas para os sinais”, disse.
Entretanto, Boustani ressalta que faltam ainda ensaios clínicos mais claros que comprovem o vínculo entre o sedentarismo como fator de risco para a demência. Mas mesmo assim, o médico disse que sempre recomenda aos pacientes dele a prática de 5 mil passos por dia durante um mês e aumentar para 10 mil ao largo do tempo.
“Dado que não há nenhum dano por isso, e há um benefício possível para o cérebro que não está explicado totalmente, trabalho com meus pacientes e suas famílias para melhorar sua atividade física”, defendeu.
Na área de Esportes da FUNIBER, os programas de ensino dão enfoque à prática de exercícios para a melhora da saúde e da qualidade de vida.
Fonte: MedLine Plus
Artículo: Journal of Gerontology
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