Fatores de risco para a obesidade: lições de um estudo de coorte no Reino Unido

O aumento da obesidade tornou-se um problema de saúde pública mundial. No entanto, as suas origens continuam a ser objeto de debate, especialmente no que diz respeito à interação entre predisposições genéticas, comportamentos individuais e factores ambientais. Um estudo recente publicado na PLOS ONE esclarece a influência dos fatores sociodemográficos e da primeira infância na obesidade, com base nos dados do Estudo de Desenvolvimento Infantil do Reino Unido (NCDS) de 1958. Esta investigação salienta o facto de as influências maternas e da primeira infância persistirem ao longo de décadas, oferecendo informações valiosas para as estratégias de prevenção da obesidade.

O papel dos fatores de risco da primeira infância no desenvolvimento da obesidade

O estudo analisou dados de indivíduos nascidos em 1958, acompanhando as suas condições de saúde e sociodemográficas desde o nascimento até à meia-idade. As principais conclusões revelam que a obesidade materna aumenta significativamente a probabilidade de os filhos serem obesos ou terem excesso de peso, com rácios de probabilidades superiores a 4,3 em alguns casos. Além disso, o tabagismo materno durante a gravidez surgiu como um fator de risco crítico, com os filhos de mães que fumavam mais de 10 cigarros por dia a apresentarem uma maior propensão para a obesidade.

Curiosamente, o estudo concluiu que as mulheres tinham maior probabilidade de ter excesso de peso ou obesidade aos 16 anos. No entanto, entre os 16 e os 42 anos, os homens apresentavam um risco mais elevado de desenvolver obesidade. Esta diferença entre os géneros sublinha a necessidade de intervenções orientadas para fases específicas da vida e para grupos demográficos específicos.

Uma mulher grávida a fumar, pondo em risco a saúde do seu bebé.
A saúde materna e os factores da primeira infância são fundamentais para compreender e prevenir a obesidade ao longo das gerações.

Exercício físico e fatores socioeconómicos

O estudo salientou igualmente o papel protetor do exercício regular na idade adulta. As pessoas que eram fisicamente ativas 4-5 vezes por semana ou diariamente aos 33 anos tinham uma probabilidade significativamente menor de desenvolver obesidade aos 42 anos. Além disso, os factores socioeconómicos, tais como a classe social do pai, foram associados a diferentes riscos de obesidade, salientando a complexa interação entre ambiente e saúde.

Implicações para a saúde pública

Estes resultados sugerem que as intervenções precoces que visam a saúde e os comportamentos maternos podem desempenhar um papel crucial na redução das taxas de obesidade. Além disso, a promoção da atividade física regular e a abordagem das desigualdades socioeconómicas são componentes essenciais de uma estratégia abrangente de prevenção da obesidade.

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Fonte: Sociodemographic and early-life predictors of being overweight or obese in a middle-aged UK population-A retrospective cohort study of the 1958 National Child Development Survey participants