Um número crescente de estudos sugere que determinados alimentos e padrões alimentares podem ter efeitos protetores contra doenças crónicas como a demência.
Um estudo recente publicado no Journal of the American Medical Association Network Open examinou a relação entre o consumo de azeite, a qualidade da dieta e o risco de morte em pessoas com demência. As descobertas, baseadas em uma análise abrangente de dados de vários estudos de coorte, lançam uma nova luz sobre como uma dieta rica em azeite pode influenciar positivamente a saúde ou reduzir o declínio cognitivo.
O estudo intitulado “Consumo de azeite e qualidade da dieta e risco de morte relacionada à demência” envolveu mais de 80,000 adultos de ambos os sexos ao longo de 28 anos de acompanhamento. De acordo com este estudo, o consumo de mais de 7 g/d de azeite foi associado a um risco 28% menor de morte relacionada com a demência, em comparação com o consumo nulo ou reduzido de azeite. Esta associação manteve-se mesmo após o ajuste para os índices de qualidade da dieta, incluindo a adesão à dieta mediterrânica. Além disso, estima-se que a substituição de 5 gramas de margarina e maionese por azeite esteja associada a um menor risco de morte relacionada à demência, mas um efeito semelhante não foi observado ao substituir a manteiga e outros óleos vegetais.
Benefícios do azeite e da qualidade da dieta na saúde cognitiva
Outros estudos apoiaram a associação entre seguir dietas e padrões alimentares saudáveis, como a dieta mediterrânica, e um menor risco de declínio cognitivo, doenças neurodegenerativas como a doença de Alzheimer e uma melhor função cognitiva. No caso do consumo de azeite, verificou-se que este melhora a saúde cardiovascular e reduz as perturbações associadas à demência. Os compostos fenólicos presentes no azeite têm propriedades anti-inflamatórias e antioxidantes que reduzem o stress oxidativo e restauram a função da barreira hemato-encefálica, melhorando a função cognitiva.
Maior benefício nas mulheres?
Embora tenha sido observada uma associação significativa em ambos os sexos, os resultados sugerem que o consumo de azeite pode ser particularmente benéfico para as mulheres em termos de prevenção da demência e da mortalidade associada. No entanto, salienta a necessidade de investigação futura para considerar possíveis diferenças na cognição relacionadas com o sexo e o género.
Estes resultados constituem uma base sólida para incentivar o consumo de azeite e promover dietas saudáveis na prevenção de doenças neurodegenerativas como a demência. Embora seja necessária mais investigação para compreender plenamente os mecanismos subjacentes, este estudo apoia a ideia de que uma nutrição adequada pode desempenhar um papel crucial na saúde do cérebro e, em particular, na prevenção da demência.
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Fonte: Consumption of olive oil and diet quality and risk of dementia-related death