O consumo de algas cresce na Europa, mas especialistas apontam a necessidade de controle para evitar as doses excessivas de iodo
Apesar de ser um alimento básico na culinária oriental, o consumo de algas deve ser melhor analisado entre os europeus. A Agência Europeia de Segurança Alimentar (EFSA) considerou, em 2015, como um risco o consumo de algas marinhas neste continente.
Em parte, por falta de controle na comercialização, como aponta o pesquisador e bioquímico espanhol José Miguel Mulet. “A luz verde para a venda das algas na Europa aconteceu porque tradicionalmente se consome em alguns países, como Irlanda; o problema é que se está comercializando qualquer tipo de alga e nem todas são comestíveis”, afirmou para o jornal El País.
Outra questão importante é a presença de iodo neste alimento. Especialmente por causa do excesso deste químico é que muitos se preocupam pelo consumo das algas. O nutricionista Ramón de Cangas, do Comitê Assessor do Conselho Geral Dietistas-Nutricionistas, afirma que “só uma grama de algas como kombu, wakame ou nori excede em cinco ou mais vezes o limite diário recomendado de consumo de iodo”.
As tiroides podem se desenvolver devido às doses excessivas de iodo, como já foi demonstrado em estudos documentados.
Se oferece riscos à saúde, por que os orientais consomem algas?
A China é o maior produtor de algas comestíveis, de acordo com a Organização das Nações Unidas para o Alimento e a Agricultura (FAO). E o Japão contém uma variedade de pratos compostos por estas.
De acordo com o bioquímico José Miguel Mulet, “os japoneses possuem uma flora intestinal capacitada para digerir algas e eliminar o excesso de iodo, por tanto, as mesmas em um japonês não provocam os mesmos efeitos que em um europeu”, explica.
Questão de quantidade
Os consumidores europeus que têm interesse no consumo das algas deveriam analisar especialmente as doses recomendadas de iodo nas algas. Como afirma o doutor Juan Carlos Galofré, doses superiores a 1.100 microgramas por dia podem causar problemas de tiroides. “O normal seriam 150 microgramas (0,15 miligramas) diárias de iodo”, explica.
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Fonte: No podemos comer algas como los japoneses, por saludables que parezcan
Foto: Creative Commons por Pixabay