Na Europa, a venda da planta está proibida. Especialistas defendem benefícios e apontam interesses políticos na proibição, mas faltam estudos científicos sobre os efeitos da stevia para a saúde
A planta stevia é considerada por muitos como alternativa para adoçar os alimentos. Provém de um pequeno arbusto herbáceo, de folha perene, e não ultrapassa os 80cms de altura. A folha é a parte mais doce da planta, e onde contém as propriedades terapêuticas.
A stevia é usada na fabricação de um edulcorante considerado seguro, natural e sem riscos para a saúde. Apesar de adoçar os alimentos, ela não apresenta calorias extras, gorduras nem carboidratos. Além disso, oferece nutrientes como a fibra, o ferro, o fósforo, o cálcio, o potássio, o zinco e as vitaminas A e C.
Apesar destes benefícios, a stevia vem sendo analisada pela União Europeia para saber se o consumo é seguro, e tem a comercialização da planta proibida. Também está proibido dar mais informações sobre as qualidades da planta enquanto a autoridade sanitária estuda os efeitos do consumo para a saúde da população.
A proibição acontece porque o uso da stevia se cataloga como novo alimento, e é usado de forma autorizada nos alimentos como um aditivo alimentar. Porém, o seu uso em bruto ainda deve ser analisado antes de que se autorize a utilização, venda e comercialização da planta.
Por enquanto ainda há poucos estudos que comprovem de maneira científica sobre os benefícios da planta, chamada também de açúcar verde. Na Espanha, de acordo com o jornal El Mundo, alguns médicos tentaram estudar os efeitos da stevia entre pacientes, já que poderia oferecer benefícios para doentes de diabetes e hipertensão. Porém, os comitês éticos não permitiram.
O agricultor e estudioso sobre a planta, na Europa, Josep Pàmies, afirma que a proibição defende o interesse das farmacêuticas em limitar o uso da planta, pois poderia oferecer alternativas aos tratamentos conhecidos atualmente.
Como aditivo alimentar
A Stevia Rebaudiana se utilizava há 1.500 anos por populações guaranis na América do Sul. Mas foi em 1931 que se isolaram os compostos chamados glucósidos de estiviol para usar de forma industrial, nos anos 70. Atualmente, o Japão é um dos países que mais tradição tem no uso de glicósidos de esteviol, chegando a utilizar 40% do mercado mundial, segundo o diário El País.
Como aditivo alimentar, a stevia foi aprovada em 2011 e atualmente conta com o código E 960. Para extrair os glicósidos de esteviol, a planta é dissecada e passa por um processo de evaporação a vácuo. O resultado do procedimento é um produto entre 200 e 300 vezes mais doce que o açúcar.
No Mestrado em Nutrição e Biotecnologia Alimentar, patrocinado pela FUNIBER, a alimentação é entendida não só como uma ferramenta para obter uma nutrição correta, mas também para melhorar o estado de saúde do indivíduo.
Fontes:
La Unión Europea, contra la stevia
Stevia, el edulcorante verde más perseguido (El Mundo)
¿SON INSANOS LOS EDULCORANTES? (El País)
Foto: Todos os direitos reservados