Moda rápida: qual o custo ambiental deste consumismo?

O mercado de moda é hoje um dos grandes contaminantes ambientais. Como é possível gerar um negócio de venda de roupas sustentável e, também, lucrativo?

O sistema criado para a confecção das roupas, em grande parte produzido com baixo custo em zonas remotas do planeta, produz preços baixos, maior variedade e aumenta o volume de compra.

A tendência atual de comprar roupa por internet faz disparar ainda mais as vendas, consumindo mais recursos e gerando mais resíduos ao meio ambiente. Qual será o custo ambiental deste consumismo?

Segundo uma investigação realizada pela BBC Radio 4, desde um acidente ocorrida em 2014, com a morte de mais de mil trabalhadores numa fábrica em Bangladesh, parte da sociedade cobra melhores condições laborais, e mudanças neste sistema produtivo.

Empresas como H&M e Converse começaram a publicar lista de provedores para oferecer mais transparência com os clientes. Porém, o problema não se resolveu. Em diversos lugares, trabalhadores relatam condições intoleráveis de trabalho.

Além da exploração de trabalhadores em países diversos, a moda contribui para a mudança climática já que em cada etapa do ciclo produtivo há uma série de efeitos ambientais.

Por exemplo, a preparação do tecido. Segundo um estudo do Comitê de Auditoria Ambiental da Câmara dos Comuns do Reino Unido, para fabricar uma camisa e um par de calças jeans, são necessários 20 mil litros de água. Se a opção é por poliéster, a contaminação é ainda maior. Uma carga de lavadora pode librar milhares de fibras de microplástico.

O consumismo também produz toneladas de roupas que são jogadas fora, e a maioria termina em lixões.

Para combater este sistema de moda contaminante, uma série de críticos vêm reforçando a necessidade de uma moda mais sustentável, com hábitos de compra mais comedidos. Alguns protestos vêm crescendo em popularidade, e cada vez há um enfoque maior à compra de roupa de melhor qualidade, e conserto de roupas com algum problema.

As empresas também começam a se comprometer com o meio ambiente. A Zara, uma das lojas mais famosas internacionalmente por usar este sistema de produção a larga escala, afirmou que só usará tecidos que sejam 100% sustentáveis para o ano 2025.

Mas uma matéria recente da BBC, questiona se seria possível que uma empresa consiga ser sustentável quando seu lucro e êxito vêm justamente de um negócio que consegue que seus clientes comprem a maior quantidade de roupa possível. Segundo Pablo Isla, diretor executivo da loja, “não há contradição entre a sustentabilidade e a rentabilidade da companhia”, falou para a BBC.

“O próximo ano todas as nossas lojas a nível mundial serão eficientes, isso significa um consumo de energia e água significativamente menor. Se seu consumo de energia é 20% inferior, tem um retorno”, falou.

Entretanto, a organização britânica Fashion Revolution, que controla a origem das roupas feitas, ressalta que a Zara não oferece informações transparentes sobre de onde vem a roupa produzida. Neste sentido, falta assumir esta responsabilidade para cumprir com os padrões de sustentabilidade.

Segundo a representante da Fashion Revolution, por mais que a empresa se dedique em incorporar materiais mais sustentáveis, que é um logro importante, o problema real é o volume de roupa fabricado.

A FUNIBER patrocina o Mestrado em Engenharia e Tecnologia Ambiental, um programa desenvolvido como ferramenta de prevenção com o enfoque ao desenvolvimento sustentável.

Fonte: El precio de comprar ropa barata: ¿quién paga realmente la cuenta?

¿Es posible que el negocio de Zara, el gran gigante de la moda, sea sustentable sin perder rentabilidad?

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