Relatório internacional recente mostra que biodiversidade do planeta está em risco, e que sua perda poderá provocar grande impacto ecológico, econômico e social
Um relatório sobre a biodiversidade do planeta, divulgado esta semana, mostra que a ação humana vem afetando às espécies animais e vegetais existentes. Segundo o estudo, considerado o maior deste tipo, um milhão dos oito milhões de espécies existentes estão ameaçados de extinção.
Estas espécies poderiam desaparecer em apenas 20 anos, se não tomamos medidas efetivas e urgentes. A Organização das Nações Unidas (ONU) ressaltou que os efeitos desta ameaça podem afetar tanto à economia, como à saúde do ser humano e ao desenvolvimento de diversas comunidades.
Um dos principais autores do estudo, Josef Settele, afirmou que tanto os “ecossistemas, as espécies, a população selvagem, as variedades locais e as raças de plantas e animais domésticos estão se reduzindo, deteriorando ou desaparecendo”, diz. Ele acredita que esta perda está relacionada diretamente com a atividade humana, e que num futuro próximo pode afetar o bem-estar em todas as regiões do planeta.
O estudo foi elaborado durante três anos por 145 especialistas de 50 países, com a colaboração de outros 310 especialistas mais. No total, o relatório contém 1.500 páginas com dados e registros de mudanças ocorridas nas últimas cinco décadas.
Com a publicação, que sairá de forma integral somente no meio do ano, “ninguém poderá dizer que não sabemos que estamos dilapidando nosso patrimônio mundial comum”, afirmou a diretora geral da UNESCO, Audrey Azoulay.
O estudo ressalta que para conseguir os objetivos sugeridos para 2030, é necessário transformar a economia, a sociedade, a política e a tecnologia. Os especialistas defendem a importância de mudar todo o modo de desenvolvimento. O administrador do Programa de Desenvolvimento da ONU, Achim Steiner, afirmou que “nosso saber local, indígena e científico está demonstrando que temos soluções, assim que basta de desculpas, temos que viver de maneira diferente na Terra”, afirmou.
A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento (OCDE) também comentou sobre o estudo, e adverte que esta extinção massiva pode ser um dos grandes riscos para este século. A OCDE lembra os países que para garantir a segurança alimentar, a redução de pobreza e o desenvolvimento equitativo é necessário atuar a favor da biodiversidade.
O organismo internacional destaca que a natureza gera entre 125 e 140 bilhões de euros à economia mundial.
O aviso não está direcionado unicamente aos Estados. O alerta é também às empresas sobre os impactos que a perda da biodiversidade pode provocar em riscos ecológicos, riscos financeiros e regulatórios.
A FUNIBER oferece diversos programas para a formação de profissionais que possam atuar a favor do desenvolvimento sustentável nas práticas empresarias. Por exemplo, o Mestrado em Gestão e Auditorias Ambientais e o Mestrado em Ciência e Tecnologia Marinha.
Fontes:
Un millón de especies, amenazadas de extinción a un ritmo sin precedentes
La sexta gran extinción de especies amenaza también la economía global
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