Após a saída do Brasil, definida há três anos, países da América Latina se ofereceram para sediar a 25ª Conferência das Partes da Convenção sobre Mudança do Clima, que deveria acontecer nesta região no próximo ano. Para a escolha, será necessário um consenso regional
Hoje finaliza a 24ª Conferência das Partes da Convenção sobre Mudança do Clima (COP24) ainda sem saber qual país será o anfitrião para o ano que vem. O Chile, a Costa Rica e a Guatemala se apresentaram para organizar o próximo encontro, após o anúncio da retirada do Brasil como sede do evento.
Por questões de rotação geográfica, a América do Sul e o Caribe deveriam sediar o COP25, que ocorrerá provavelmente em novembro de 2019. Com a possibilidade de Costa Rica ou Guatemala como anfitriões, poderia ser a primeira vez que o encontro aconteça na América Central.
O ministro do Meio Ambiente e Recursos Naturais da Guatemala, Alfonso Alonzo informou para a Agencia Guatemalteca de Notícias (AGN) que depois que o Brasil retirou sua candidatura, o país prontamente solicitou a sede, e contou com o apoio de Honduras.
O ministro considera que o país está preparado para receber um evento com estas proporções e afirma que se empenhará para que as Nações Unidas tomem uma decisão favorável. “Nós estamos preparados, temos toda a infraestrutura, demonstramos na XXVI Conferência Ibero-americana de Líderes de Estado e de Governo, que aconteceu na Antiga Guatemala, nos dias 15 e 16 de novembro deste ano”.
O ministro guatemalteco esteve no COP24 para ressaltar que, mesmo sendo um dos países menos contaminantes, é um dos mais vulneráveis em relação ao aquecimento global. Como esforços, o governo tem planejado reduzir as emissões em 11,2% para o ano 2030 através de sete ações de adaptação e cinco de mitigação à mudança climática.
Já a Costa Rica, através do presidente Carlos Alvarado, ressaltou que o país também gostaria de sediar o encontro, e assim fortalecer as pautas ambientais. O governo tem planos de avançar para o desenvolvimento sustentável, principalmente, através do incentivo das energias renováveis limpas.
O ministro do Ambiente da Costa Rica, Carlos Manuel Rodríguez, confirmou esta intenção. “Primeiro, com responsabilidade e liderança, o país assume o papel e o risco de acolher a organização de uma atividade tão grande como esta. Segundo, ajudará muito a posicionar o plano de acabar com os combustíveis fósseis para a COP26, de 2020. Em terceiro, a Costa Rica poderá jogar um papel-chave para que se tomem acordos ambiciosos para 2020”, afirmou Rodríguez.
O Chile também vem demonstrando interesse. Apesar das questões orçamentárias, o Diretor Nacional da organização Adapt Chile, Jordan Harris, acredita que se o país sediar o COP25, poderá ser favorável para a redução das emissões no país, e ao desenvolvimento de novas formas de financiamento”, disse para o jornal DW.
O Grupo de países da América Latina e o Caribe (GRULAC) deve trabalhar para um consenso na região. Os países que já abrigaram o encontro climática, a Argentina, o México e o Peru, devem ter uma decisão de peso sobre a questão.
Se não conseguem um escolhido em comum, possivelmente a COP25 se celebrará novamente na Alemanha, onde se encontra a sede da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática (CCMNUC).
A FUNIBER patrocina o Mestrado em Mudanças Climáticas, com uma formação global, para profissionais interessados no desenvolvimento sustentável com a finalidade de diminuir o aquecimento global, e poder atuar localmente.
Fontes:
‘América Latina tiene mucho con lo que contribuir’ en la acción por el clima
Guatemala se ofrece a albergar la Cumbre del Clima de 2019 (COP25)
Costa Rica quiere albergar la Cumbre del Clima 2019
Foto: Cortesia de ©cop24.gov.pl