Acontece a COP24, a favor de estratégias para a luta contra a mudança climática. Principais representantes internacionais mandam um recado de que é necessário resistir e continuar cobrando empenho dos países
Começou a 24ª Conferência das Partes da Convenção sobre Mudança do Clima (COP24) que seguirá até o dia 14 de dezembro, em Katowice, na Polônia. O encontro reúne representantes de 200 países para debater e elaborar instrumentos que possam ajudar a cumprir com a agenda internacional contra a mudança climática.
Na mensagem de abertura do evento, o secretário-geral da ONU, António Guterres, deixou uma nota pedindo que os participantes “não desistam”, encorajando a todos os participantes a uma ação ousada e franca.
Segundo a ONU, a expectativa da reunião é definir estratégias para alcançar a meta de carbono zero do Acordo de Paris, limitar o aquecimento do planeta ao máximo de 2° C até o final do século, acima dos níveis pré-industriais, ou na meta ideal de 1,5°C.
Resistir é vital
“Devemos ir a uma maior implantação de renováveis, ao transporte limpo e a um maior esforço em eficiência”, disse Laurence Tubiana, economista e uma das principais cabeças do Acordo de Paris. Em entrevista ao jornal El País, ela admite que diante do atual cenário, custa ser otimista, mas que é necessário resistir na luta contra a mudança climática.
Uma das ações necessárias é implantar estratégias a longo prazo. Ela confia que esta é “a única forma de mostrar o tipo de transformação que se deve fazer e preparar a população”. Em relação às estratégias da Comissão Europeia de acabar com os gases de efeito estufa em 2050, ela acredita que pode ser um choque para alguns países, mas que cada membro da União Europeia terá que elaborar as próprias estratégias, que devem ser coerentes com o Acordo de Paris, para chegar a este esforço comum.
Ela reconhece que há uma luta, e que nesta “batalha sempre houve altos e baixos, e agora é um momento muito difícil. “Estamos num momento muito adverso e por isso a Europa é superimportante, pelo seu mercado”, diz. Ela cita o exemplo do futuro presidente do Brasil que afirmou que sairá do Acordo, seguindo o exemplo dos Estados Unidos. Entretanto, com uma pressão do mercado, ele teve que retificar e voltar atrás. “Agora teremos que ver o que farão os brasileiros”, disse. Ela acredita que todo o mundo vigila a Europa e “é vital que resista”.
O Livro de Regras
Um dos principais pontos que está na mesa de discussão, e gerará temas difíceis para negociação, refere-se ao chamado “livro de regras” do Acordo de Paris. Neste, devem ser definidos os parâmetros para a operacionalização e o financiamento da economia verde, especialmente para compensar a dificuldade dos países em desenvolvimento de gerar estratégias e instrumentos para reduzir a emissão de gases estufa.
A especialista da Comissão Europeia, Cristina Carreiras, lembra que foram acordados € 100 bilhões por ano até 2025 dedicados para este financiamento para o desenvolvimento sustentável. Para conseguir definir o processo de elaboração do livro de regras será necessário um compromisso dos países, mas ela lembra que estas negociações são complexas.
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Fontes:
“Es vital que Europa resista ahora en la lucha contra el cambio climático”
COP24: “sistema de transparência e financiamento são prioritários”, diz especialista
Guterres deixa recado aos participantes da COP24: “Não desistam”
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