FAO elabora diretrizes para evitar a pesca ilegal

A FAO está preparando medidas internacionais que sirvam para rastrear a venda de peixe, desde o momento da pesca até o consumo, e evitar a pesca ilegal

A Organização Mundial das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) está preparando novas diretrizes internacionais para controlar a pesca ilegal. Com as medidas, resultado do projeto “Diretrizes voluntárias sobre sistemas de documentação das pescas”, espera-se conseguir realizar um seguimento do peixe desde o seu ponto de captura até à mesa do consumidor.

O projeto vem sendo negociado há cinco anos e na semana passada foram aprovadas para que se inicie o sistema. As regras deverão ser apresentadas em julho deste ano, quando os países celebram a Conferência bienal da FAO em Roma. O objetivo é incentivar os países para que utilizem os meios disponíveis, de acordo com a legislação internacional, para prevenir, desencorajar e eliminar a pesca não regulamentada.

A ONG Oceana, organização internacional dedicada à proteção de ecossistemas marinhos, publicou durante a World Ocean Summit, realizada no mês passado em Bali (Indonésia), um relatório sobre o transbordo de produtos pesqueiros em alto mar. A prática serviria para disfarçar atos ilegais como a pesca não autorizada e o trabalho escravo.

O relatório alertou sobre o enorme volume de capturas ilegais que põem em risco às populações pesqueiras e a segurança alimentar mundial. A ONG ressalta a importância de medidas a nível internacional para evitar essa prática. Apesar de ser um avanço neste sentido, as diretrizes a ser elaboradas são de caráter voluntário e não fornecem um controle rigoroso sobre a pesca ilegal.

Um dos grandes vilões da prática é o chamado Monster Boat (Barco Monstro) que consegue pescar cerca de 350 toneladas de peixes por dia de forma não seletiva e destruindo o fundo marinho.

A FAO reconhece que este tipo de pesca adiciona 26 milhões de toneladas às capturas que se realizam legalmente, afetando o trabalho de pescadores e a recuperação dos espaços marinhos.

Os profissionais que buscam capacitar-se na área ambiental para projetos de sustentabilidade podem cursar programas patrocinados pela FUNIBER, como o Mestrado em Ciência e Tecnologia Marinha, focado nas aplicações práticas que ocorrem nos sistemas litorâneos.

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