O arroz é um dos grandes afetados pela contaminação de arsênio que pode provocar sérios danos à saúde
A presença de arsênio de forma inorgânica na natureza é considerada tóxica devido aos danos causados para a saúde ao longo dos anos, sendo considerado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma das dez substâncias químicas mais preocupantes. A mineração e o uso de pesticidas com arsênio são grandes responsáveis por elevar a presença deste mineral no meio ambiente e contaminar vários alimentos como as frutas, as verduras e os cereais.
Um grupo de especialistas em contaminantes da cadeia alimentar da EFSA (Autoridade Europeia de Segurança Alimentar) avaliou os riscos para a saúde que pode ter a presença deste químico nos alimentos. Os dados demonstraram que o arsênio inorgânico pode causar câncer do pulmão, câncer de pele e outros efeitos adversos se consumido em grandes quantidades.
A OMS lembra, porém, que os sintomas associados aos níveis elevados de exposição à esta substância são diferentes entre as pessoas, os grupos sociais e as zonas geográficas. Não existe, afirmam, uma definição universal sobre as doenças ocasionadas.
Cuidados para prevenção e controle
Uma das principais medidas para evitar a contaminação ao arsênio é a implementação de um sistema seguro de abastecimento de água potável, que seja destinada ao consumo, à preparação de alimentos e à irrigação da plantações.
A OMS sugere como alternativas, entre outras ações, a substituição de fontes de abastecimento com níveis altos de arsênio por outras mais seguras como pode ser a água de chuva ou as águas superficiais tratadas. Ou se não for possível substituir, misturar a água com outras águas que contenham menos presença deste semimetal.
Outra medida pode ser a instalação de sistemas de eliminação do arsênio para assegurar a eliminação da água. Há um número crescentes de possibilidades, afirma a OMS, para eliminar o arsênio de fontes domésticas.
Cuidado com as doses de arroz
Um dos principais alimentos contaminados pelo arsênio inorgânico é o arroz. Devido a sua forma de cultivo, em campos inundados, este alimento pode conter entre 10 a 20 vezes mais arsênio que outros cereais.
De acordo com Andy Meharg da Universidade de Queen, em Belfast, na Irlanda do Norte, tudo “depende da dose: quanto mais arroz você come, mais alto é o risco”, afirmou para a BBC. O especialista afirma que duas porções de arroz por semana não deixam em risco a um adulto, mas há preocupações relacionadas aos bebês e às crianças.
O pesquisador e docente conduziu provas em conjunto com a BBC para avaliar a melhor técnica para diminuir o arsênio do arroz. Segundo o especialista, deixar o arroz de molho de um dia ao outro em uma quantidade de água potável 5 vezes a quantidade do arroz poderia rebaixar em 80% a presença de arsênio.
Fontes:
Arsénico en el arroz ¿un peligro para la salud? (Ecoportal.net)
Cómo reducir la cantidad de arsénico que se encuentra en el arroz que consumes (BBC)
Foto: Creative Commons (via Pixabay)