Dinamarca consegue reduzir o desperdício de comida

Treehugger identifica os principais fatores que permitiram reduzir com sucesso o desperdício de comida

A Dinamarca conseguiu de forma satisfatória reduzir o desperdício de comida em 25% nos últimos cinco anos. A tendência de cuidar dos alimentos e evitar o desperdício se fixou na Dinamarca, e outros países deveriam tomar nota dos passos que seguiram para conseguir o sucesso. É importante reduzir o desperdício de comida, pois isso significaria reduzir esforços na produção agrícola e, portanto, se reduziria o impacto no planeta.

Na imagem que acompanha este artigo pode-se ler “Desperdiçamos um valor de 10 bilhões de libras esterlinas em comida no Reino Unido a cada ano. Triste, não é mesmo?” em um cartaz que promove uma campanha para reduzir o desperdício de comida no Reino Unido. É necessário educar a população das grandes cidades para reduzir o desperdício de alimentos.

De acordo com um artigo no Treehugger.com, o sucesso dos programas para reduzir o desperdício de comida tem suas raízes na cultura popular. Jonathan Bloom, autor do livro American Wasteland, aponta que há certas características que permitem à população da Dinamarca reduzir seu desperdício de comida:

1.- Os dinamarqueses têm uma líder
Não pense que por estar sozinho, você não pode fazer a diferença. O movimento contra o desperdício de comida na Dinamarca tem um nome: Selina Juul, uma mulher russa que emigrou quando era adolescente. Selina ficou surpreendida na Dinamarca ao ver a grande quantidade de alimentos que se dava por assegurada nesse país, em comparação com as estantes vazias de seu país nativo. Mas não ficou imobilizada, a surpresa se tornou ação e lançou o grupo “Detenham o desperdício de comida” (Stop Wasting Food), e atualmente é reconhecida como uma força que fez com que três governos prestassem atenção sobre o problema do desperdício de alimentos.

2.- Evitar o desperdício de comida está na moda
Na Dinamarca, combater o desperdício de comida está na moda, e a população gosta de estar na moda. Talvez, a moda recebeu um impulso depois que a princesa Marie participou da grande abertura do supermercado WeFood, um lugar no qual se vendem produtos vencidos. O público faz filas para comprar, mas a maioria manifesta que vai até a loja por “razões políticas”. A demanda foi tão grande que a WeFood abrirá uma sucursal muito em breve.

3.- A Dinamarca é um país pequeno
Ao ser um país pequeno, é relativamente fácil difundir a campanha “Detenham o desperdício de comida” e somar pessoas à causa, e a verdade é que todos estão comprometidos. Jonathan Bloom indica que em sua viagem à Dinamarca pôde identificar que todos, desde o taxista até os políticos, falavam sobre o desperdício de alimentos.

4.- Os dinamarqueses são frugais
A comida é cara na Dinamarca, e representa aproximadamente 11% dos gastos, enquanto nos Estados Unidos o gasto representa 6,4% dos ganhos da população.

5.- A população sabe como cozinhar
Devido ao elevado custo da comida, os dinamarqueses preferem comer em casa com mais frequência que sair para comer. Isto significa que todos sabem como preparar comidas básicas e, inclusive, fazer pão.

6.- Utilizam refrigeradores pequenos
Os dinamarqueses costumam comprar seu alimentos diariamente, não costumam ir às compras semanais. Além disso, ao ter refrigeradores pequenos, podem controlar a duração de seus alimentos e não se perde comida dentro do refrigerador.

7.- O governo apoia a iniciativa
O Ministério de Alimentos e Ambiente da Dinamarca estabeleceu um fundo de US$750.000 para colaborar com os projetos que ajudem a reduzir o desperdício de comida, da etapa de produção até o consumo.

Na Dinamarca, é útil ter leis mais flexíveis em relação à venda de produtos vencidos, pois se permite o crescimento de empresas como a WeFood, conseguindo estabelecer um canal legal para a recuperação de alimentos que, de outro modo, seriam desprezados.

É necessário que em todo o planeta se reduza o desperdício de comida para atingir uma cadeia de produção de alimentos mais efetiva.

Os estudantes da área Ambiental da FUNIBER podem assessorar empresas ou organismos governamentais para aplicar estratégias que permitam reduzir o impacto da contaminação nas cidades.

 

Fonte: Treehugger

Foto CC: North Devon Council