Um relatório destaca o alto número de idosos que são afetados em seu local de residência por desastres naturais ou conflitos violentos.
As associações Age International e HelpAge International, responsáveis pelo desenvolvimento do documento, afirmam que os adultos mais velhos estão em alto risco.
Especificamente, o relatório alertou para a falta de respeito aos direitos das pessoas idosas em situações de emergência, tais como desastres naturais, conflitos ou crises socioeconômicas, e a falta de atenção às suas necessidades.
“A proporção da população com 50 anos ou mais em países onde conflitos e desastres são mais prováveis de ocorrer deve aumentar de 12,3% (219,9 milhões) em 2020 para 19,2% (586,3 milhões) em 2050”, adverte o relatório. Alguns dos resultados mostrados no documento são os seguintes:
- 20% dos entrevistados disseram que não tinham recursos para um abrigo.
- Até 64% não tinham comida suficiente.
- Quase 80% não tinham nenhuma renda. Isto contrasta com seu papel de cuidador da família.
- 62% das pessoas entrevistadas não tiveram acesso a instalações sanitárias.
- Apesar do fato de que praticamente todos os entrevistados sofreram de problemas de saúde, 26% não puderam ter acesso a serviços médicos.
Em termos de gênero, as mulheres encontram-se em situação ainda mais crítica: “representavam 58% dos que vivem sozinhos, 56% dos que cuidam dos outros, 56% dos que não têm acesso a atendimento médico, 58% dos que não têm acesso à alimentação e 58% dos que não têm renda”.
Para a análise, foram entrevistadas 8.883 pessoas com mais de 50 anos de idade afetadas por desastres naturais, conflitos ou crises socioeconômicas em 11 países da África, Ásia, América Latina e Oriente Médio.
Estas informações foram coletadas pela HelpAge International nos 13 meses anteriores ao final de 2019, portanto os dados resultantes da Covid-19 não estão refletidos nos resultados. O relatório salienta que a pandemia tornou visível as dificuldades em atender as necessidades das pessoas idosas em momentos de risco especial de exclusão.
“A resposta ao coronavírus destacou a lacuna entre os riscos enfrentados pelos idosos e o nível de ajudas disponíveis para eles”, observa o relatório.
Algumas das soluções propostas no relatório baseiam-se na coleta do maior número possível de dados relativos às pessoas idosas e no reconhecimento de seus direitos e seu papel na comunidade.
O estudo da velhice e dos problemas associados a este processo é uma área que está ganhando notoriedade diante do aumento da expectativa de vida. A FUNIBER patrocina o Mestrado em Gerontologia e a especialização em Gerontologia Social visando atender as necessidades de formação dos profissionais.
Fonte: Si no es ahora, ¿cuándo?
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