Na América Latina, muitas pessoas da terceira idade continuam trabalhando após a aposentadoria. Embora muitas permaneçam no mercado de trabalho por vontade própria, muitas trabalham porque não recebem uma pensão ou porque esta não é suficiente
A baixa cobertura dos sistemas de aposentadoria da América Latina obriga os idosos a continuar participando ativamente no mercado de trabalho. Isso é indicado pela Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), que em maio último apresentou um relatório intitulado Conjuntura Trabalhista na América Latina e no Caribe.
Segundo este documento, em oito países da América Latina (Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, México e Peru), 57,7% das pessoas entre 65 e 69 anos e 51,8% das pessoas com 70 anos de idade ou mais não recebem uma pensão do sistema contributivo, o que significa que muitas delas são forçadas a continuar trabalhando.
Os dados mais recentes pertencem ao ano de 2016 e indicam que, naquela época, 39,3% dos idosos entre 65 e 69 anos e 20,4% dos que tinham 70 anos ou mais ainda faziam parte do mercado de trabalho.
Nesses casos, a principal fonte de renda dos idosos é o trabalho autônomo, que, segundo a CEPAL e a OIT, “pode refletir tanto a discriminação que dificulta o acesso a um trabalho assalariado” quanto o fato de que os idosos querem trabalhar de maneira independente para ter mais flexibilidade.
O relatório também indica que na América Latina há pessoas da terceira idade que permanecem vinculadas ao mercado de trabalho por sua própria escolha, inclusive se já recebem uma pensão.
Segundo a CEPAL e a OIT, um dos desafios da América Latina é expandir a cobertura dos sistemas de pensão e complementá-la com pensões não contributivas para reduzir o número de idosos que são forçados a trabalhar.
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