Segundo o Centro Nacional de Memoria Histórica, o conflito armado colombiano tem afetado os idosos de forma diferente, colocando-os em desvantagens em relação aos outros e submetendo-os a um maior perigo, enfraquecendo seus direitos
9,3% das vítimas do conflito armado na Colômbia são idosos acima de 60 anos, de acordó com a Red Nacional de Información-RNI de 2014.
Um estudo realizado pela Fundación Saldarriaga Conchae pela FEDESARROLLO sustenta que as pessoas de 60 anos ou mais que sofrem este tipo de conflito estão expostas em maior grau a vitimização, visto que fazem mais resistência ao deslocamento forçado e correm maior risco de abandono e marginalização pela sua pouca capacidade de respostas em situações de risco e de emergência relacionadas com o conflito armado.
Desta forma, as pessoas idosas, vítimas do conflito, são mais propensas ao desenraizamento e à exclusão social em seus locais de residência, já que é possível que possuam poucos recursos. Como consequência do conflito armado, perdem seus meios de obter dinheiro e de apoio familiar, o que gera uma diminuição em sua qualidade de vida, saúde e alimentação.
Segundo a Lei 1448 de 2011, sobre medidas de proteção às vítimas do conflito armado, os idosos afetados são fundamentais em medidas de proteção, assistência e reparação pelo princípio de foco diferencial. Isto significa que o Estado deve reconhecer que os idosos em relação à sua idade, características e necessidades particulares e, portanto, a ação pública deve dar resposta de forma diferenciada às respectivas situações.
O componente de proteção refere-se à informação, à orientação e ao acompanhamento jurídico e psicossocial das vítimas do conflito para facilitar o acesso aos direitos, à verdade, à justiça e à reparação.
O Centro Nacional de Memoria Histórica da Colômbia juntou em um projeto chamado “Envelhecer no meio da guerra” uma série de áudios com depoimentos de pessoas com 60 anos de idade, onde relatam as experiências durante o conflito. Através do projeto, o Centro busca socializar e sensibilizar a população sobre a importância do tratamento que idosos que viveram a guerra devem receber e demonstrar que as novas gerações possam envelhecer em um país sem guerra.
Para os interessados em ajudar a população de idosos em países em conflito ou pós-conflito, o Mestrado em Gerontologia patrocinado pela FUNIBER é uma ótima opção de formação para pessoas que desejem ampliar seus conhecimentos no campo da proteção social, cultural e jurídica dos idosos.
Fonte: Las personas mayores víctimas del conflicto armado
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