Relatório revela as preferências dos idosos em relação aos cuidados que recebem
Os idosos geralmente requerem cuidados especiais. Um familiar, uma enfermeira ou uma casa de retiro podem proporcionar os cuidados que uma pessoa da terceira idade necessita, mas o que os idosos preferem? O relatório “ Cuidar como nós gostaríamos de sermos cuidados” mostra as preferências da população espanhola em relação aos cuidados que deveriam ser proporcionados às pessoas da terceira idade. O estudo conseguiu recolher respostas de 4.784 pessoas, das quais 3.696 correspondem a cidadãos da população em geral e 1.088 foram respostas de profissionais que trabalham no âmbito geriátrico.
As respostas indicam que a preferência é marcada no momento de decidir como devem ser dados os cuidados das pessoas da terceira idade. 86% prefere que os cuidados sejam proporcionados pela família, enquanto 81% manifestou que os serviços de cuidados públicos e privados são uma opção. Com menor percentagem aparecem os voluntários e a comunidade (como amigos ou vizinhos) para ajudar com os cuidados da vida diária de uma pessoa idosa.
Marc Simón, diretor da Área Social da Fundação La Caixa, estima que aproximadamente sejam 4,5 milhões de pessoas com cuidadores não profissionais na Espanha, e calcula-se que 702.000 pessoas são maiores de 65 anos, a maioria mulheres.
É importante indicar que as pessoas pesquisadas reconhecem como definição de ‘cuidado’ frases como: “cuidar é ajudar a outra pessoa para que seja autônoma e independente” e “cuidar é ajudar a outra pessoa no momento e lugar que necessite”. Foram obtidos também dados sobre a quem consideram que deve recair a responsabilidade do cuidado, identificando-se que as pessoas reconhecem que a responsabilidade recai sobre o próprio indivíduo, tanto para os profissionais como para a população em geral. Para a população em geral, a família ocupa o segundo lugar como responsável pelas pessoas idosas, mas no grupo de profissionais a visão do cuidado é diferente e os serviços públicos ou privados estão em segundo lugar da preferência, e a família ocupa o quarto lugar em sua tabela de preferências.
As pessoas que deveriam receber ajuda manifestam, em sua maioria, que prefeririam ser atendidas em seu próprio lar pela família ou por serviços profissionais, enquanto apenas 4,5% manifesta que gostaria de viver na casa de algum filho. No caso de converterem-se em pessoas dependentes, o que mais preocupa os pesquisados é a perda de autonomia (34,2%) e ser uma “carga” para os outros (27,5%), e ocupando o terceiro lugar nas preocupações deste segmento figura perder a possibilidade de decidir sobre a própria vida (15,9%).
O apoio afetivo também é importante para as pessoas. Por essa razão, a família é a preferida para dar suporte emocional com 87%, considerando também os voluntários em segundo lugar com 78,2%, e os amigos e vizinhos seguem na lista muito próximos com 72,3%.
Para trabalhos cotidianos, prefere-se a família. No caso de trabalhos domésticos, 74,6% busca ajuda na família, enquanto 70% prefere os profissionais e 55,5% busca ajuda de voluntários. A família também cumpre um papel importante para realizar trâmites e gestões, com 85,7% da preferência.
O estudo revela que 1 de cada 4 pessoas da amostra cuidam de alguma outra da terceira idade, indicando-se que a maioria de pessoas que presta cuidados proporciona apoio emocional e ajuda na realização de trâmites e gestões. A maioria de pessoas que cuidam de um familiar abrange todos os aspectos do cuidado.
Os estudantes de Gerontologia da FUNIBER se mantêm atentos às mudanças que se produzem em âmbito demográfico para proporcionar os serviços mais adequados para as pessoas da terceira idade.
Fonte: relatório La Caixa
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