Dificuldades para detectar maus-tratos às pessoas da terceira idade

Profissionais indicam que desconhecem mecanismos para identificar ou prevenir o maus-tratos aos idosos.

Os maus-tratos às pessoas da terceira idade não são algo novo, mas os profissionais têm se preocupado em identificar as formas mais comuns de maus-tratos para conseguir intervir a tempo, porém ainda faltam ferramentas que permitam detectar e informar sobre os casos identificados, e prevenir os incidentes.

Para analisar as barreiras que impedem identificar de forma adequada o mau-trato a idosos, realizou-se um estudo no qual participaram 643 pessoas, das quais 376 eram população geral, 161 profissionais da saúde e 105 trabalhadores sociais, divididos em três grupos. Analisou-se a percepção do mau-trato dos três grupos utilizando o questionário The Caregiven Scenario Questionarie, reunindo dados sobre o contato em contexto pessoal e profissional com os idosos e nos casos de demência.

Identificou-se que 84,4% dos profissionais reconheceu que possuía uma formação pobre em relação à identificação de maus-tratos, apenas 9,3% reconheceu que sua formação lhe permitia atuar em casos de mau-trato às pessoas mais velhas. Os profissionais que participaram do estudo indicaram que não conhecem de forma adequada as diretrizes legais e os protocolos estabelecidos para identificar o mau-trato na Espanha. As pessoas idosas negam-se a informar sobre o mau-trato, e frente a esta situação, apenas 54,7% de profissionais sanitários informou sobre os casos, enquanto entre os trabalhadores sociais o numero sobre para 58,1%.

Identificou-se que os profissionais sanitários têm mais barreiras para notificar agressões, porque têm pouco conhecimento sobre a abordagem do mau-trato, sobre a legislação e, inclusive, sobre a definição do tema. Os trabalhadores sociais, por sua parte, têm maior preocupação pela autonomia do paciente, pela confidencialidade médico-paciente, pela qualidade de vida e pela relação entre o profissional e o paciente.

Os pesquisadores indicam que é necessário capacitar os profissionais a respeito das estratégias para identificar o mau-trato às pessoas da terceira idade e promover o bom-trato ao atender os idosos.

Os estudantes da área de Gerontologia da FUNIBER capacitam-se para estabelecer estratégias que permitam melhorar a qualidade de vida das pessoas da terceira idade.

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