“Aqui, o estudante com boas notas não tem nenhum problema. Os jovens que vão bem, vão bem. Mas uma quarta parte dos alunos fica pelo caminho”, relata Enrique Roca, presidente do Conselho Escolar do Estado, na Espanha, para o jornal El País.
De acordo com Roca, 25% dos estudantes espanhóis não chegam a conseguir o título de educação secundária, e terminam o ciclo sem nada. Nesta situação, terminam o curso sem ter adquirido nenhuma qualificação, nem experiência profissional.
O especialista toma como referência um estudo desenvolvido pelo órgão que preside, titulado El éxito en la educación primaria y secundaria. Neste estudo, a situação no país foi comparada com outras abordagens educativas na Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Holanda, Portugal, Reino Unido e Suécia.
Um dos dados que mais se destaca é a taxa de repetições escolares no ensino médio, com 29% dos alunos, um número superior a todos os outros países comparados. No Reino Unido, este número se situa em 2%.
Roca explica que nestes países, é comum aprovarem os estudantes mesmo quando não consigam superar algumas disciplinas, para garantir que possam finalizar o ensino médio. Estes alunos recebem o certificado com as notas acompanhado de uma orientação sobre opções formativas para o futuro que possam desenvolver melhor os conhecimentos e as habilidades de cada um.
Roca critica a opção espanhola que exige que o aluno tenha o título de secundária para poder seguir estudando, sem o devido acompanhamento.
“No nosso sistema educativo e na nossa sociedade está arraigado que se um aluno se esforça, trabalha e vai bem, ótimo, e se não, tem que repetir”, diz. Ele defende que a formação básica não tenha como único objetivo formar técnicos e cientistas qualificados, mas também que busque formar cidadãos “com elementos básicos que lhe permitam continuar estudando”.
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