Em alguns países há um debate sobre a necessidade ou não de preparar lições de casa. Especialista destaca que uma tarefa bem planejada pode permitir muita aprendizagem
A lição de casa às vezes pode ser um problema para as famílias. Algumas querem mais e outras querem menos. E os professores nem sempre estão de acordo com as necessidades de levar mais tarefas à casa.
No período de Alfabetização, os alunos precisam de mais apoio dos responsáveis. Mas na tentativa de ajuda, pode ser que não repitam o conteúdo exatamente como a professora ensinou e alguns problemas também podem surgir nas crianças, o que tende a criar tensão familiar.
Neste contexto, vale a pena preparar deveres de casa?
De acordo com um artigo publicado na revisa Nova Escola, o planejamento e o desenho da lição podem ser o diferencial, o que evitaria estes tipos de problemas e ainda permitiria muita aprendizagem.
O artigo está escrito pela professora Mara Mansani, que atua há quase 30 anos lecionando. Em 2014, ela recebeu o Prêmio Educadora Nota 10, na área de Alfabetização. O prêmio foi criado pela Fundação Victor Civita para reconhecer pessoas de destaque na área da Educação no Brasil.
Segundo Mansani, para preparar uma boa lição de casa deve-se ter em conta os objetivos de aprendizagem, e o que realmente eles precisam aprender. Este exercício deve complementar e ampliar o reportório da criança com mais informações sobre algo visto na aula.
Outra possibilidade é que em casa as crianças se preparem para algo que será ainda abordado na aula, introduzindo-os para o conteúdo. Ou criar uma atividade em que o estudante busque aplicar os conhecimentos vistos na classe a partir de experimentações em casa.
Mas, como ela ressalta, a maneira como se apresenta é fundamental: as atividades devem ter enunciados claros para que sejam bem compreendidas.
“Nossas lições, em sua maioria, se baseiam em lápis e papel, não é mesmo? Que tal pedir para assistirem um vídeo ou analisar uma imagem da internet para debater suas impressões em sala no dia seguinte?”, propõe no artigo.
A professora sugere ainda que entre os diferentes tipos de exercícios, alguns possam ser feitos pelos alunos sozinhos, sem a necessidade de interferência dos responsáveis.
“Proponha lições que envolvem atividades permanentes, como a leitura de um livro com os responsáveis, a escrita de um texto de memória, a elaboração de uma lista de palavras em situações reais de uso (lista de compras do supermercado da família, telefones úteis da comunidade, etc)”, recomenda Mara Mansini.
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Fonte: Lição de casa: para quê?
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